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Barusco diz que Vaccari gerenciava propina do PT

O ex-gerente-executivo da diretoria de Serviços da Petrobras disse que o tesoureiro do PT gerenciava o recebimento de propinas para o partido

Ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco na CPI em Brasília: "a gente sempre combinava esse tipo de assunto com o João Vaccari" (Ueslei Marcelino/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 10 de março de 2015 às 17h40.

Brasília - O ex-gerente-executivo da diretoria de Serviços da Petrobras Pedro Barusco, um dos principais operadores do esquema de corrupção na estatal, afirmou nesta terça-feira que o tesoureiro do PT , João Vaccari Neto, gerenciava o recebimento de propinas para o partido no sistema que envolveu a petroleira, empreiteiras e políticos.

Barusco, que firmou um acordo de delação premiada com a Justiça, declarou em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que o PT teria recebido de 150 milhões a 200 milhões de dólares em propina, reafirmando declarações dadas à Justiça. O montante, segundo ele, foi estimado com base nos valores que ele próprio recebeu.

"A gente sempre combinava esse tipo de assunto com o João Vaccari", afirmou Barusco, ressaltando não saber como o tesoureiro do PT administrava os recursos recebidos e se os valores entravam de forma legal, como doação registrada, para o partido político.

O PT declarou anteriormente que Barusco faz acusações sem provas. Em fevereiro, o partido processou o ex-gerente pelas alegações feitas contra Vaccari, de que teria intermediado a arrecadação ilegal de recursos para o partido.

O presidente do PT, Rui Falcão, afirmou naquela oportunidade que o partido não recebeu doações ilegais e que suas contas foram aprovadas pela Justiça Eleitoral. Vaccari prestou depoimento no início de fevereiro à Polícia Federal em São Paulo. O tesoureiro foi levado em uma condução coercitiva pela PF e depois liberado.

Na semana passada, o Supremo Tribunal Federal autorizou abertura de inquérito contra Vaccari, que consta numa lista de investigados que inclui também os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), além de dezenas de outros parlamentares, incluindo integrantes do PT, PP, PMDB, PSDB e PTB, no âmbito das investigações de corrupção na Petrobras.

Em depoimento à CPI, Barusco afirmou não conhecer outro operador do PT, a não ser Vaccari.

Barusco declarou ainda que começou a receber valores ilícitos entre 1997 e 1998, em atos de corrupção de iniciativa própria, causando indignação entre parlamentares petistas que participaram do depoimento, que pedem investigações na Petrobras durante o período do governo do PSDB.

O ex-gerente da Petrobras declarou que o esquema teria ficado "institucionalizado" a partir de 2004, já durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Ele disse ainda não saber quem deu autorização para Vaccari atuar junto a empresas envolvidas no esquema de fraude de licitações, mas o fato é que tesoureiro do PT atuava no esquema, segundo Barusco.

DINHEIRO PARA CAMPANHA

Barusco relatou que chegou a haver pedido de "patrocínio" à fornecedora de sondas da Petrobras SBM Offshore para a campanha presidencial de 2010, quando foi eleita a presidente Dilma Rousseff. No entanto, afirmou não saber se os valores repassados foram diretamente direcionados para a campanha eleitoral.

"Foi solicitado à SBM (fornecedora da Petrobras) um patrocínio de campanha, só que não foi dado por eles diretamente. Eu recebi o dinheiro e repassei num acerto de contas em outro recebimento", afirmou Barusco.

As ações ordinárias da Petrobras fecharam em queda de mais de 5 por cento, em meio à forte queda dos preços do petróleo no exterior. Agentes financeiros também estiveram atentos ao depoimento do ex-gerente de serviços.

PROTAGONISTAS

O mecanismo de desvio de recursos envolvia empresas, o ex-diretor de Serviços da estatal Renato Duque e Vaccari, segundo Barusco, que chegou a dizer que os três eram "protagonistas".

Apesar das acusações feitas contra Vaccari, Barusco disse que o ex-diretor da estatal Renato Duque nunca realizou pagamentos ao tesoureiro do PT.

Segundo Barusco, a primeira ação de cartel de empresas envolvidas na corrupção percebida foi nas obras da Refinaria do Nordeste (Rnest) e depois no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). Também ressaltou que apenas sabia do esquema quem participava do desvio de recursos. Ele disse não saber se o Conselho de Administração da Petrobras conhecia o esquema. Assim como outro delator do esquema, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, Barusco disse à CPI estar arrependido de ter participado do esquema e que está "tendo a oportunidade de reparar" a situação. O ex-gerente disse estar devolvendo os recursos desviados.

*Atualizada às 17h40 do dia 10/03/2015

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Brasília - O ex-gerente-executivo da diretoria de Serviços da Petrobras Pedro Barusco, um dos principais operadores do esquema de corrupção na estatal, afirmou nesta terça-feira que o tesoureiro do PT , João Vaccari Neto, gerenciava o recebimento de propinas para o partido no sistema que envolveu a petroleira, empreiteiras e políticos.

Barusco, que firmou um acordo de delação premiada com a Justiça, declarou em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que o PT teria recebido de 150 milhões a 200 milhões de dólares em propina, reafirmando declarações dadas à Justiça. O montante, segundo ele, foi estimado com base nos valores que ele próprio recebeu.

"A gente sempre combinava esse tipo de assunto com o João Vaccari", afirmou Barusco, ressaltando não saber como o tesoureiro do PT administrava os recursos recebidos e se os valores entravam de forma legal, como doação registrada, para o partido político.

O PT declarou anteriormente que Barusco faz acusações sem provas. Em fevereiro, o partido processou o ex-gerente pelas alegações feitas contra Vaccari, de que teria intermediado a arrecadação ilegal de recursos para o partido.

O presidente do PT, Rui Falcão, afirmou naquela oportunidade que o partido não recebeu doações ilegais e que suas contas foram aprovadas pela Justiça Eleitoral. Vaccari prestou depoimento no início de fevereiro à Polícia Federal em São Paulo. O tesoureiro foi levado em uma condução coercitiva pela PF e depois liberado.

Na semana passada, o Supremo Tribunal Federal autorizou abertura de inquérito contra Vaccari, que consta numa lista de investigados que inclui também os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), além de dezenas de outros parlamentares, incluindo integrantes do PT, PP, PMDB, PSDB e PTB, no âmbito das investigações de corrupção na Petrobras.

Em depoimento à CPI, Barusco afirmou não conhecer outro operador do PT, a não ser Vaccari.

Barusco declarou ainda que começou a receber valores ilícitos entre 1997 e 1998, em atos de corrupção de iniciativa própria, causando indignação entre parlamentares petistas que participaram do depoimento, que pedem investigações na Petrobras durante o período do governo do PSDB.

O ex-gerente da Petrobras declarou que o esquema teria ficado "institucionalizado" a partir de 2004, já durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Ele disse ainda não saber quem deu autorização para Vaccari atuar junto a empresas envolvidas no esquema de fraude de licitações, mas o fato é que tesoureiro do PT atuava no esquema, segundo Barusco.

DINHEIRO PARA CAMPANHA

Barusco relatou que chegou a haver pedido de "patrocínio" à fornecedora de sondas da Petrobras SBM Offshore para a campanha presidencial de 2010, quando foi eleita a presidente Dilma Rousseff. No entanto, afirmou não saber se os valores repassados foram diretamente direcionados para a campanha eleitoral.

"Foi solicitado à SBM (fornecedora da Petrobras) um patrocínio de campanha, só que não foi dado por eles diretamente. Eu recebi o dinheiro e repassei num acerto de contas em outro recebimento", afirmou Barusco.

As ações ordinárias da Petrobras fecharam em queda de mais de 5 por cento, em meio à forte queda dos preços do petróleo no exterior. Agentes financeiros também estiveram atentos ao depoimento do ex-gerente de serviços.

PROTAGONISTAS

O mecanismo de desvio de recursos envolvia empresas, o ex-diretor de Serviços da estatal Renato Duque e Vaccari, segundo Barusco, que chegou a dizer que os três eram "protagonistas".

Apesar das acusações feitas contra Vaccari, Barusco disse que o ex-diretor da estatal Renato Duque nunca realizou pagamentos ao tesoureiro do PT.

Segundo Barusco, a primeira ação de cartel de empresas envolvidas na corrupção percebida foi nas obras da Refinaria do Nordeste (Rnest) e depois no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). Também ressaltou que apenas sabia do esquema quem participava do desvio de recursos. Ele disse não saber se o Conselho de Administração da Petrobras conhecia o esquema. Assim como outro delator do esquema, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, Barusco disse à CPI estar arrependido de ter participado do esquema e que está "tendo a oportunidade de reparar" a situação. O ex-gerente disse estar devolvendo os recursos desviados.

*Atualizada às 17h40 do dia 10/03/2015

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