Brasil

Barroso é obrigado a deixar restaurante em SC após ameaças

O magistrado jantava com amigos em um restaurante em Porto Belo (SC) quando começou a ser alvo de ataques verbais de bolsonaristas que participavam dos bloqueios antidemocráticos de estradas e rodovias

Pós-eleições: Barroso se retira de restaurante em SC (Rosinei Coutinho/SCO/STF/Agência Brasil)

Pós-eleições: Barroso se retira de restaurante em SC (Rosinei Coutinho/SCO/STF/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 4 de novembro de 2022 às 17h01.

Alvo de ameaças de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) em Santa Catarina, o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou em nota divulgada pelo seu gabinete que a "democracia comporta manifestações pacíficas de inconformismo, mas impõe a todos os cidadãos o respeito ao resultado das urnas".

O magistrado jantava com amigos em um restaurante em Porto Belo (SC) quando começou a ser alvo de ataques verbais de bolsonaristas que participavam dos bloqueios antidemocráticos de estradas e rodovias.

"O desrespeito às instituições e às pessoas, assim como as ameaças de violência, não fazem bem a nenhuma causa e atrasam o país, que precisa de ordem e paz para progredir", diz o texto divulgado pelo STF. "A democracia comporta manifestações pacíficas de inconformismo, mas impõe a todos os cidadãos o respeito ao resultado das urnas", prossegue.

Quer receber os fatos mais relevantes do Brasil e do mundo direto no seu e-mail toda manhã? Clique aqui e cadastre-se na newsletter gratuita EXAME Desperta.

Segundo a nota, Barroso se retirou do restaurante assim que começaram os xingamentos, mas foi seguido até a casa em que se hospedava pelo grupo de bolsonaristas.

Os seguranças do ministro identificaram que os manifestantes passaram a convocar outras pessoas para se juntar ao movimento "fazendo ruído perturbador para toda a vizinhança e paralisando a circulação nas ruas adjacentes".

Ainda segundo as informações do STF, a manifestação ameaçou "fugir ao controle e tornar-se violenta". A equipe de segurança do ministro cogitou acionar a Polícia Militar de Santa Catarina, mas o ministro preferiu se retirar do local para evitar o incômodo aos vizinhos. Segundo o STF, Barroso sequer chegou a encontrar os manifestantes e não houve registros de ataques ou danos ao patrimônio.

Barroso é um dos principais alvos da militância bolsonarista por ter confrontado os arroubos autoritários de Bolsonaro no período em que presidiu o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), entre 2020 e início deste ano.

Ele foi o responsável pela criação da Comissão de Transparência do TSE, que conta com a presença de militares e se tornou um dos principais argumentos de Bolsonaro para tentar interferir nas eleições deste ano. O ministro já chegou a ser xingado e acusado de criminoso pelo presidente.

LEIA TAMBÉM:

'Desobstruam as rodovias': Bolsonaro faz apelo a manifestantes em vídeo

Governo Bolsonaro pede ao STF prorrogação de comissão que discute corte do ICMS

Acompanhe tudo sobre:CaminhoneirosExploração de rodoviasJair Bolsonaro

Mais de Brasil

Novo ensino médio será obrigatório somente em 2026; veja o que muda

Verão 2025 será o mais quente da história? Veja a previsão do clima para a próxima estação

Biden confirma presença no G20 no Brasil e adesão dos EUA à Aliança Global contra a Fome e a Pobreza

'Estou fora da vida pública', diz Temer após especulação de candidatura como vice de Bolsonaro