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Barbosa admite que freio econômico surpreendeu o governo

O ministro do Planejamento admitiu que a estagnação da economia do país surpreendeu o governo, o obrigando a executar severo ajuste fiscal

Nelson Barbosa: "a equipe econômica tentou lutar contra a desaceleração" e usou "todas suas ferramentas fiscais", mas foi "surpreendida" no fim de 2014, disse (Reinaldo Ferrigno/Agência Câmara)
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Da Redação

Publicado em 17 de março de 2015 às 15h35.

Brasília - O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa , admitiu nesta terça-feira a estagnação da economia do país, que para analistas financeiros está perto da recessão, surpreendeu o governo e o obrigou a executar um severo ajuste fiscal .

"A equipe econômica tentou lutar contra a desaceleração" e usou "todas suas ferramentas fiscais", mas foi "surpreendida" no fim de 2014 por um déficit fiscal equivalente a 0,63% do Produto Interno Bruto (PIB), que supôs o primeiro resultado negativo em 13 anos, disse Barbosa perante uma comissão do Senado.

O ajuste fiscal, que a presidente Dilma Rousseff negou que fosse necessário durante sua campanha para a reeleição no ano passado, foi aplicado desde o início de seu segundo mandato, em 1 de janeiro, e foi uma das causas do mal-estar manifestado pelos cidadãos no domingo em grandes protestos.

Barbosa assegurou que o fato de ajustar o gasto público e, além disso, aumentar a arrecadação pela via tributária não representa "uma negação do que foi proposto na campanha" e justificou as medidas no fato de que "as condições da economia mudam".

Segundo o ministro, "já não há espaço fiscal" para manter os diversos incentivos à empresas privadas outorgados no marco do combate à crise internacional, pois "o financiamento público chegou a um limite" e agora a prioridade é garantir que não haverá um novo déficit nas contas oficiais neste ano.

O ministro destacou também que "todos os programas sociais serão mantidos" a fim de evitar o impacto do ajuste nas camadas mais pobres da sociedade, embora tenha admitido que as medidas adotadas serão um fator de pressão sobre os preços.

Barbosa reconheceu que o corte do gasto público, junto com uma forte desvalorização do real e a desaceleração da indústria, conspirou contra a inflação, que fechou o primeiro bimestre do ano em 2,48%, com uma variação anualizada de 7,7% até fevereiro.

No entanto, insistiu que o governo confia que a taxa de preços seguirá a tendência paulatinamente rumo a 4,5% anual, que as autoridades monetárias têm como meta para 2015.

As medidas adotadas, na opinião de Barbosa, geram um "efeito restritivo" na atividade econômica, que segundo o Banco Central se contraiu 0,11% em janeiro após reduzir 0,15% em 2014, mas assegurou que isso será "transitório" e será superado em um "curto prazo" com uma recuperação do crescimento.

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Brasília - O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa , admitiu nesta terça-feira a estagnação da economia do país, que para analistas financeiros está perto da recessão, surpreendeu o governo e o obrigou a executar um severo ajuste fiscal .

"A equipe econômica tentou lutar contra a desaceleração" e usou "todas suas ferramentas fiscais", mas foi "surpreendida" no fim de 2014 por um déficit fiscal equivalente a 0,63% do Produto Interno Bruto (PIB), que supôs o primeiro resultado negativo em 13 anos, disse Barbosa perante uma comissão do Senado.

O ajuste fiscal, que a presidente Dilma Rousseff negou que fosse necessário durante sua campanha para a reeleição no ano passado, foi aplicado desde o início de seu segundo mandato, em 1 de janeiro, e foi uma das causas do mal-estar manifestado pelos cidadãos no domingo em grandes protestos.

Barbosa assegurou que o fato de ajustar o gasto público e, além disso, aumentar a arrecadação pela via tributária não representa "uma negação do que foi proposto na campanha" e justificou as medidas no fato de que "as condições da economia mudam".

Segundo o ministro, "já não há espaço fiscal" para manter os diversos incentivos à empresas privadas outorgados no marco do combate à crise internacional, pois "o financiamento público chegou a um limite" e agora a prioridade é garantir que não haverá um novo déficit nas contas oficiais neste ano.

O ministro destacou também que "todos os programas sociais serão mantidos" a fim de evitar o impacto do ajuste nas camadas mais pobres da sociedade, embora tenha admitido que as medidas adotadas serão um fator de pressão sobre os preços.

Barbosa reconheceu que o corte do gasto público, junto com uma forte desvalorização do real e a desaceleração da indústria, conspirou contra a inflação, que fechou o primeiro bimestre do ano em 2,48%, com uma variação anualizada de 7,7% até fevereiro.

No entanto, insistiu que o governo confia que a taxa de preços seguirá a tendência paulatinamente rumo a 4,5% anual, que as autoridades monetárias têm como meta para 2015.

As medidas adotadas, na opinião de Barbosa, geram um "efeito restritivo" na atividade econômica, que segundo o Banco Central se contraiu 0,11% em janeiro após reduzir 0,15% em 2014, mas assegurou que isso será "transitório" e será superado em um "curto prazo" com uma recuperação do crescimento.

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