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Bandeiras e ícones pop colorem noite de missa inaugural

Animação dos fiéis, muitos deles levando bandeiras de países distantes como Noruega, Eslováquia e Alemanha, não diminuiu com a chuva que caía no começo da noite

Peregrinos balançam uma série de bandeiras durante a cerimonia de abertura da Jornada Mundial da Juventude, na praia de Copacabana (Ricardo Moraes/Reuters)

Peregrinos balançam uma série de bandeiras durante a cerimonia de abertura da Jornada Mundial da Juventude, na praia de Copacabana (Ricardo Moraes/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 23 de julho de 2013 às 23h31.

Río de Janeiro - O colorido das bandeiras de diversos países, lojinhas cheias de ícones pop e até vendedor ambulante de vinho tinto chamaram a atenção dos jovens fiéis que participavam da missa inaugural da 28ª Jornada Mundial da Juventude em Copacabana na noite desta terça-feira.

A animação dos fiéis, muitos deles levando bandeiras de países distantes como Noruega, Eslováquia e Alemanha, não diminuiu com a chuva que caía no Rio de Janeiro no começo da noite, enquanto eles dançavam e cantavam ao som de black e dance music católicos.

Na loja oficial da JMJ, fiéis faziam fila para comprar alguma lembrança do evento, como camisetas a R$ 35. A famosa frase inglesa "Keep calm and carry on", tão divulgada no Facebook sob diferentes formas, ganhou sua versão cristã: "Keep Calm and Make Disciples" ("Fique calmo e faça discípulos").

A camisa da seleção brasileira aparece na loja com o número 1 e o nome Francisco gravado nas costas, enquanto a tradicional "JMJ: Eu fui" é incrementada com a palavra "abençoado" logo abaixo. Em outra estampa, o papa Francisco aparece em imagens psicodélicas que lembram a clássica sequência de fotos da musa Marilyn Monroe assinada por Andy Warhol.

A adolescente Vitória Volpato, de 17 anos, veio de Porto Alegre e acredita que essa ligação da religião com ícones jovens traz um novo fôlego para o catolicismo. "A presença de tantos jovens aqui é algo que revigora a fé. O teor da doutrina nunca vai mudar, é atemporal. O modo de viver a fé pode ir mudando, mas a doutrina é de Cristo, não das pessoas", disse.

A professora Angela Martins, de 52 anos, que acompanhava o grupo da capital gaúcha, acha que "a capacidade dos jovens de querer amar da forma certa é subestimada".

"A igreja atrai de um jeito tão impactante que fica claro que ela aquieta o coração. Se não, não haveria tanta gente aqui. Não é um Woodstock católico, é um desejo de conversão", disse a professora.

O grupo estava entre as centenas de pessoas que cercaram o carro que levava o papa pelo centro do Rio de Janeiro, na tarde de ontem.


"Havia muita gente. Pensamos em rezar com todas as nossas intenções mais especiais na hora em que ele estivesse passando, porque sabíamos que ele estaria rezando por nós", disse Vitória, que esperou pelo veículo de Francisco nos arredores da Catedral.

"Nem me preocupei em tirar foto, só em olhar para ele, ver seus detalhes: como ele gosta do povo, como ele tem um zelo muito grande", afirmou a adolescente.

O motorista particular e "católico fervoroso" Wellington Berg, de 26 anos, passava pelo calçadão de Copacabana levando uma bandeja com uma garrafa de vinho tinto Del Grano e diversos copinhos de café, "vendendo e repassando a fé" entre os fiéis da Jornada.

"Não é pecado, eu só vendo um copinho por pessoa", disse o morador de Copacabana, que acredita ter vendido cerca de 50 pequenas porções de vinho a R$ 2 cada. "Não estou aqui para embriagar ninguém", afirmou.

Quando algum fiel mais radical critica a venda da bebida alcoólica na Jornada, Berg se defende: "Na minha educação de poucas palavras, eu explico o fundamento do vinho. Ele é sagrado. O papa bebe, os padres bebem. Eu não estou vendendo cachaça".

Segundo o motorista, ele recebeu uma "autorização da Jornada Mundial para subir no altar e servir o mesmo vinho para o papa" na próxima quinta-feira, quando Francisco celebrará em Copacabana uma missa de acolhida.

O estudante espanhol Jaime Marín, de 17 anos, veio de Madrid, onde participou da Jornada Mundial de 2011, com um grupo da sua paróquia. "Esperamos muito mais gente aqui do que lá", disse o jovem.

Para ele, o papa Francisco ser sul-americano não é o único fator que leva mais gente às ruas no Rio de Janeiro, já que, na opinião do grupo, a fé "se faz mais presente na América do Sul do que na Europa, onde ela está decaindo muito".

"Aqui, as pessoas têm mais claro na cabeça o que é a fé cristã. Isso fica visível pela forma de viver a fé. Quando você fala com as pessoas aqui, vê que elas estão emocionadas, com vontade de ver e ouvir o papa, de viver a JMJ de verdade", afirmou. EFE

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