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Bancários entram em greve em 20 estados e no DF

A categoria reivindica 16% de reajuste salarial, além do fim do assédio moral e das metas abusivas


	Greve dos bancários fecha agências nesta terça-feira em São Paulo
 (Paulo Pinto/ Fotos Públicas)

Greve dos bancários fecha agências nesta terça-feira em São Paulo (Paulo Pinto/ Fotos Públicas)

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Da Redação

Publicado em 6 de outubro de 2015 às 15h28.

Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro - Os bancários de instituições públicas e privadas entraram em greve, por tempo indeterminado, a partir de hoje (6).

A categoria reivindica 16% de reajuste salarial (incluindo reposição da inflação mais 5,7% de aumento real), entre outras demandas, como o fim do assédio moral e das metas abusivas, informou a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). 

Entre 2004 e 2014, os bancários tiveram 20,7% de ganho real nos salários e 42,1% no piso, conforme a Contraf.

Segundo a Contraf, estão em greve os trabalhadores nos seguintes estados: Acre, Alagoas, Amapá, Bahia, Ceará, Paraíba, Pará, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Roraima, São Paulo, Sergipe, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Rondônia e no Distrito Federal.

Rio de Janeiro

A Agência Brasil visitou 19  agências na Avenida Rio Branco, centro financeiro do Rio, e todas estavam fechadas para atendimento ao público.

Apenas uma agência bancária na Avenida Gomes Freire estava aberta. Segundo o gerente do banco, que não quis se identificar, estava aguardando a passagem do comando de greve para fechar as portas, pois todos os funcionários da unidade aderiram à greve.

O corretor imobiliário Gilson Moreira, 34 anos, recorreu aos caixas eletrônicos para fazer pagamentos e saques.

“Até agora não [senti prejuízos com a greve], porque utilizei o caixa eletrônico da agência para sacar e pagar umas contas. Mas não dá para saber o dia de amanhã? A gente fica na expectativa de que isso se acerte logo para ninguém sair perdendo”.

São Paulo

Cartazes e faixas com a palavra greve foram afixados nos bancos do centro de São Paulo. Na agência do Banco Itaú, da rua Boa Vista, os caixas eletrônicos não funcionaram durante a manhã.

As agências da Avenida Paulista também estão fechadas no primeiro dia de paralisação dos bancários.

Segundo a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Juvandia Moreira, o levantamento sobre as adesões deverá ser divulgado no final da tarde de hoje (6).

 Na avaliação da presidenta, a oferta de reajuste feita pela Fenaban “ é ruim” e significa perda de 4%. Para a líder sindical, o que a categoria está pedindo é “bastante razoável”.

Para Juvandia Moreira, diferentemente de outros setores que têm sido afetados pela crise econômica, os bancos têm obtido ganhos financeiros, por exemplo, por meio da cobrança de tarifas bancárias e dos juros no rotativo do cartão de crédito, que chegam a ser corrigido em até 400% ao ano.

“Só nos primeiros seis meses do ano, os cinco maiores bancos do país tiveram um lucro líquido de R$ 36 bilhões, o que é 27% maior do que no mesmo período do ano passado”.

Além disso, a dirigente sindical observou que quase 70% das categorias que tiveram negociações no primeiro semestre deste ano conseguiram reajuste com aumento real e as que não chegaram a atingir esse teto tiveram algum tipo de compensação como a garantia no emprego.

Fenaban

A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) ofereceu 5,5% de reajuste salarial e nos vales e abono de R$ 2,5 mil, não incorporado aos salários.

Segundo a Fenaban, o abono pode garantir o equivalente a até quatro salários, levando em consideração, por exemplo, o piso salarial de um caixa.

De acordo com a federação, a convenção coletiva prevê distribuição de 5% a 15% do lucro líquido aos bancários, como regra básica, além da parcela adicional que correspondente a divisão de mais de 2,2% do lucro de cada instituição, respeitados os tetos estabelecidos na convenção.

“A fórmula de cálculo dessa distribuição é idêntica à adotada anteriormente com aprovação dos sindicatos e pode chegar a mais de R$ 24 mil, dependendo da lucratividade do banco”, diz a Fenaban.

“A entidade avalia que a negociação das cláusulas não econômicas, ainda em curso, vem se desenvolvendo de maneira positiva, e reitera que continua aberta a negociações e avaliará contrapropostas que venham a ser apresentadas pelas representações sindicais”, acrescenta.

A federação recomenda que os clientes façam saques, transferências e outras operações por meio de canais alternativos de atendimento, como caixas eletrônicos, internet banking, telefone, aplicativos no celular, casas lotéricas, redes de supermercados e outros estabelecimentos que sejam credenciados para não serem prejudicados pela greve.

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