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Baía de Guanabara está poluída mesmo longe da costa, diz AP

Palco de provas em mar aberto das Olimpíadas 2016, água tem concentração de vírus de dejetos humanos 1,7 milhão de vezes maior que o aceitável na Europa e EUA


	Poluição nas águas da Baía de Guanabara, local de eventos de vela para os Jogos Olímpicos Rio 2016, em março de 2015 no Rio de Janeiro.
 (Getty Images)

Poluição nas águas da Baía de Guanabara, local de eventos de vela para os Jogos Olímpicos Rio 2016, em março de 2015 no Rio de Janeiro. (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 5 de maio de 2016 às 19h30.

São Paulo – A agência Associated Press divulgou hoje um levantamento que mostra que as águas onde serão realizadas provas dos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, estão poluídas até em regiões afastadas da costa. Até então, a expectativa era de que ao se afastar da parte interna da Baía de Guanabara, os atletas poderiam desfrutar de água mais limpa durante as provas.

Em julho, a agência havia realizado teste semelhante próximo à costa, constatando que a água continha espécies de vírus maléficos provenientes de dejetos humanos em concentração 1,7 milhão de vezes maior que o aceitável em países europeus e nos Estados Unidos. Especialistas ouvidos então atestaram que atletas corriam risco de doença e infecções quase certos.

“Uma nova rodada de testes pela Associated Press mostra que vias navegáveis da cidade olímpica são tão repletas de patógenos longe da costa como em terra mais próxima , área onde o esgoto bruto flui para os de rios fétidos e bueiros”, diz o texto. “O teste mostra não só que não houve nenhuma melhoria na qualidade da água [desde o último teste], mas que é mais amplamente contaminada do que conhecida anteriormente.”

Para exemplificar os perigos da água contaminada, a agência cita o caso do velejador alemão Erik Heil, que acabou contaminado com uma infecção bacteriana logo depois de um evento teste em agosto. Heil teria usado uma roupa protetora de plástico em áreas próximas à costa, mas a teria removido em águas mais profundas por acreditar que a água estaria mais limpa.

A agência diz que desde que o relatório da AP em julho expôs os sérios riscos aos atletas, dirigentes olímpicos e da Organização Mundial de Saúde 'vão e voltam' sobre a decisão se iriam realizar seus próprios testes de contaminação. O que se sabe, diz o texto, é que uma despoluição para condições ideiais está descartada.

“O Rio ganhou o direito de sediar os Jogos Olímpicos com base em um documento que prometeu limpar as vias navegáveis ​da cidade através da melhoria do saneamento de águas residuais, uma promessa que estava destinada a ser um dos maiores legados do evento", afirma a AP. "As autoridades brasileiras, porém, agora reconhecem que isso não vai acontecer."

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