Bahia tenta salvar ferrovia bilionária
Agora, o plano é fazer com que o traçado final da ferrovia seja redirecionado para o atual Porto de Malhado
Da Redação
Publicado em 6 de dezembro de 2015 às 12h43.
Brasília - Em mais uma tentativa para salvar a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) e colocar de pé ao menos um pedaço do projeto, o governo da Bahia decidiu abrir mão, pelo menos por enquanto, da construção do Porto Sul, um complexo de R$ 5,6 bilhões que pretendia construir em uma praia isolada, no litoral norte de Ilhéus (BA). Agora, o plano é fazer com que o traçado final da ferrovia seja redirecionado para o atual Porto de Malhado, que está localizado no centro de Ilhéus.
O plano está quase fechado e, conforme apurou o Estadão, já foi tema de reunião entre o governador da Bahia, Rui Costa, e o ministro dos Transportes, Antônio Carlos Rodrigues.
A ideia é construir um centro logístico a cerca de 40 km de distância do cais de Malhado, no entroncamento das Rodovias BR-101 e BR-116, no município de Uruçuca. A partir desse ponto, a carga da Fiol seria descarregada dos vagões e enviada até o porto em caminhões, por meio de uma rodovia estadual.
Paralelamente, o governo baiano também busca alternativas financeiras para tentar concluir pelo menos um trecho de 500 km da ferrovia, obra que está quase paralisada em razão da falta de dinheiro da estatal federal Valec, responsável pela construção da estrada de ferro.
Eracy Lafuente, coordenador executivo de Infraestrutura e Logística da Casa Civil, disse que o governo baiano tem conversado com investidores privados para convencê-los a entrar na Fiol e concluir a obra. Em troca, o investidor poderia fazer uma exploração comercial da ferrovia e do Porto de Malhado. "Temos dois investidores estrangeiros interessados, estamos em negociações sobre essa possibilidade", disse.
Retorno
Segundo Lafuente, o plano B agora adotado pelo governo baiano não significa que o projeto do Porto Sul foi abandonado. "Nós não perdemos a necessidade de ter um transporte com grande movimentação, o que está diretamente ligado à construção do Porto Sul."
"A estratégia de sair por Malhado pode, na realidade, ser uma forma de acelerar o novo porto, porque permite que o investidor tenha um retorno imediato", disse Lafuente.
A dificuldade de tornar viável a nova rota da Fiol está na alta densidade urbana de Ilhéus, uma cidade que já sofre com ocupações irregulares, inclusive em áreas próximas do Porto de Malhado.
O governo baiano gastou anos e dezenas de milhões de reais para conseguir o licenciamento ambiental do Porto Sul. As obras não começaram até hoje. A Fiol é um projeto de 1,5 mil km de extensão, que já consumiu R$ 3 bilhões e não tem data para ficar pronta.
Orçamento
Iniciada em 2010, a ferrovia tinha conclusão prevista para 2013. Hoje se fala em entrega em 2018, mas não há, efetivamente, segurança de que isso ocorra. Enquanto isso, seu orçamento já saltou de R$ 4,3 bilhões para R$ 6,5 bilhões.
Para que o negócio não degringole de vez, o governo baiano espera viabilizar, numa primeira etapa, pelo menos o traçado final da linha, que liga Ilhéus a Caetité, onde há promessa de, um dia, implantar um grande projeto de minério de ferro.
Brasília - Em mais uma tentativa para salvar a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) e colocar de pé ao menos um pedaço do projeto, o governo da Bahia decidiu abrir mão, pelo menos por enquanto, da construção do Porto Sul, um complexo de R$ 5,6 bilhões que pretendia construir em uma praia isolada, no litoral norte de Ilhéus (BA). Agora, o plano é fazer com que o traçado final da ferrovia seja redirecionado para o atual Porto de Malhado, que está localizado no centro de Ilhéus.
O plano está quase fechado e, conforme apurou o Estadão, já foi tema de reunião entre o governador da Bahia, Rui Costa, e o ministro dos Transportes, Antônio Carlos Rodrigues.
A ideia é construir um centro logístico a cerca de 40 km de distância do cais de Malhado, no entroncamento das Rodovias BR-101 e BR-116, no município de Uruçuca. A partir desse ponto, a carga da Fiol seria descarregada dos vagões e enviada até o porto em caminhões, por meio de uma rodovia estadual.
Paralelamente, o governo baiano também busca alternativas financeiras para tentar concluir pelo menos um trecho de 500 km da ferrovia, obra que está quase paralisada em razão da falta de dinheiro da estatal federal Valec, responsável pela construção da estrada de ferro.
Eracy Lafuente, coordenador executivo de Infraestrutura e Logística da Casa Civil, disse que o governo baiano tem conversado com investidores privados para convencê-los a entrar na Fiol e concluir a obra. Em troca, o investidor poderia fazer uma exploração comercial da ferrovia e do Porto de Malhado. "Temos dois investidores estrangeiros interessados, estamos em negociações sobre essa possibilidade", disse.
Retorno
Segundo Lafuente, o plano B agora adotado pelo governo baiano não significa que o projeto do Porto Sul foi abandonado. "Nós não perdemos a necessidade de ter um transporte com grande movimentação, o que está diretamente ligado à construção do Porto Sul."
"A estratégia de sair por Malhado pode, na realidade, ser uma forma de acelerar o novo porto, porque permite que o investidor tenha um retorno imediato", disse Lafuente.
A dificuldade de tornar viável a nova rota da Fiol está na alta densidade urbana de Ilhéus, uma cidade que já sofre com ocupações irregulares, inclusive em áreas próximas do Porto de Malhado.
O governo baiano gastou anos e dezenas de milhões de reais para conseguir o licenciamento ambiental do Porto Sul. As obras não começaram até hoje. A Fiol é um projeto de 1,5 mil km de extensão, que já consumiu R$ 3 bilhões e não tem data para ficar pronta.
Orçamento
Iniciada em 2010, a ferrovia tinha conclusão prevista para 2013. Hoje se fala em entrega em 2018, mas não há, efetivamente, segurança de que isso ocorra. Enquanto isso, seu orçamento já saltou de R$ 4,3 bilhões para R$ 6,5 bilhões.
Para que o negócio não degringole de vez, o governo baiano espera viabilizar, numa primeira etapa, pelo menos o traçado final da linha, que liga Ilhéus a Caetité, onde há promessa de, um dia, implantar um grande projeto de minério de ferro.