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Autoescolas fraudavam exame com dedos falsos

Duas autoescolas da capital paulista usavam digitais de silicone para fraudar a presença de candidatos a obter a carteira de habilitação em aulas e provas

Com o material feito pelas autoescolas, funcionários eram orientados a marcar a presença dos candidatos nas aulas teóricas - e até na prova para tirar a habilitação (Elza Fiúza/ABr)
DR

Da Redação

Publicado em 26 de fevereiro de 2013 às 09h36.

São Paulo - Mais um esquema de fraude no Departamento Estadual de Trânsito (Detran-SP) foi descoberto na segunda-feira (25), em uma ação que envolveu a Corregedoria do órgão e a Polícia Civil .

Duas autoescolas da capital usavam digitais de silicone para fraudar a presença de candidatos a obter a carteira de habilitação em aulas e provas. O serviço saía por R$ 2 mil. Ao todo, a polícia apreendeu cerca de 5 mil digitais de silicone.

Duas pessoas - pai e filho - foram presas por policiais do 17.º Distrito Policial (Ipiranga). Elas são donas das autoescolas, cujos nomes não foram divulgados pelos policiais. Uma fica no Ipiranga, na zona sul, e pertence ao pai, enquanto a outra, na Vila Alpina, zona leste da capital, é de propriedade do filho.

O golpe descoberto pela investigação - que, segundo o delegado Levi D’Oliveira, do 17º DP, começou a partir de denúncia à Corregedoria do Detran-SP - consistia em copiar as impressões digitais dos candidatos.

Para isso, segundo a polícia, as duas autoescolas pediam para os candidatos colocarem os dedos em moldes de gesso, que eram recobertos com silicone. Quando o material secava, as impressões ficavam gravadas nas falsas digitais.

Com o material feito pelas autoescolas, funcionários eram orientados a marcar a presença dos candidatos nas aulas teóricas - e até na prova para tirar a habilitação. "Temos anotações que mostram que eles (indiciados) cobravam até R$ 2 mil para fazer o serviço", disse o delegado D’Oliveira.


Segundo o delegado, pai e filho devem responder por inserção de dados falsos, crime contra a administração pública, cuja pena varia entre 2 e 12 anos de prisão. O advogado dos dois presos estava na delegacia na tarde de segunda-feira (25), mas preferiu não falar com jornalistas.

Outra etapa da investigação será identificar os candidatos a motorista que contrataram o serviço. Tarefa fácil, segundo o delegado. "Nas digitais, há nome e CPF de cada condutor", afirma. Havia cerca de 500 kits com a identificação do condutor nas duas autoescolas, segundo a polícia. Essas pessoas vão responder por corrupção e por falsidade ideológica.

O esquema descoberto na segunda-feira (25) é mais uma fraude que ocorre no Detran após a mudança na gestão do órgão - que deixou de responder à Polícia Civil e foi transformado em autarquia para justamente tentar pôr fim a fraudes que, por anos, foram associadas à imagem do departamento.

Apesar da mudança e da promessa de retirada de 900 policiais que trabalham no órgão - eles serão substituídos por servidores concursados -, os casos de corrupção continuam ocorrendo. No fim do mês passado, foi descoberto um esquema no Guarujá, litoral sul, que envolvia até o cancelamento de multas.

Na ação de segunda (25), porém, não foi comprovada a participação de funcionários do Detran-SP.

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São Paulo - Mais um esquema de fraude no Departamento Estadual de Trânsito (Detran-SP) foi descoberto na segunda-feira (25), em uma ação que envolveu a Corregedoria do órgão e a Polícia Civil .

Duas autoescolas da capital usavam digitais de silicone para fraudar a presença de candidatos a obter a carteira de habilitação em aulas e provas. O serviço saía por R$ 2 mil. Ao todo, a polícia apreendeu cerca de 5 mil digitais de silicone.

Duas pessoas - pai e filho - foram presas por policiais do 17.º Distrito Policial (Ipiranga). Elas são donas das autoescolas, cujos nomes não foram divulgados pelos policiais. Uma fica no Ipiranga, na zona sul, e pertence ao pai, enquanto a outra, na Vila Alpina, zona leste da capital, é de propriedade do filho.

O golpe descoberto pela investigação - que, segundo o delegado Levi D’Oliveira, do 17º DP, começou a partir de denúncia à Corregedoria do Detran-SP - consistia em copiar as impressões digitais dos candidatos.

Para isso, segundo a polícia, as duas autoescolas pediam para os candidatos colocarem os dedos em moldes de gesso, que eram recobertos com silicone. Quando o material secava, as impressões ficavam gravadas nas falsas digitais.

Com o material feito pelas autoescolas, funcionários eram orientados a marcar a presença dos candidatos nas aulas teóricas - e até na prova para tirar a habilitação. "Temos anotações que mostram que eles (indiciados) cobravam até R$ 2 mil para fazer o serviço", disse o delegado D’Oliveira.


Segundo o delegado, pai e filho devem responder por inserção de dados falsos, crime contra a administração pública, cuja pena varia entre 2 e 12 anos de prisão. O advogado dos dois presos estava na delegacia na tarde de segunda-feira (25), mas preferiu não falar com jornalistas.

Outra etapa da investigação será identificar os candidatos a motorista que contrataram o serviço. Tarefa fácil, segundo o delegado. "Nas digitais, há nome e CPF de cada condutor", afirma. Havia cerca de 500 kits com a identificação do condutor nas duas autoescolas, segundo a polícia. Essas pessoas vão responder por corrupção e por falsidade ideológica.

O esquema descoberto na segunda-feira (25) é mais uma fraude que ocorre no Detran após a mudança na gestão do órgão - que deixou de responder à Polícia Civil e foi transformado em autarquia para justamente tentar pôr fim a fraudes que, por anos, foram associadas à imagem do departamento.

Apesar da mudança e da promessa de retirada de 900 policiais que trabalham no órgão - eles serão substituídos por servidores concursados -, os casos de corrupção continuam ocorrendo. No fim do mês passado, foi descoberto um esquema no Guarujá, litoral sul, que envolvia até o cancelamento de multas.

Na ação de segunda (25), porém, não foi comprovada a participação de funcionários do Detran-SP.

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