Sabesp: secretária defende que não houve aumento real da tarifa (Sabesp/Divulgação)
Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 4 de dezembro de 2025 às 18h07.
Última atualização em 4 de dezembro de 2025 às 20h45.
A Secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo (Semil), Natália Resende, afirma que o reajuste de 6,11% na tarifa da água nas cidades atendidas pela Sabesp não representa um aumento real na conta do consumidor —isto é, não houve alta acima da inflação.
"O aumento real foi zero. Só teve a recomposição do IPCA [inflação]. A tarifa foi de R$ 6,01 por metro cúbico para R$ 6,40", diz Resende em entrevista à EXAME. Essa foi a primeira revisão tarifária desde a privatização da companhia em junho de 2024.
O anúncio realizado na última segunda-feira, 1º de dezembro, gerou reação da oposição ao governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) e à privatização da companhia.
A secretária rebate as críticas e explica que a defesa do governo durante todo o processo de venda da empresa para a iniciativa privada era que a tarifa seria menor em um cenário de Sabesp privada na comparação com a Sabesp estatal.
"Se fosse a estatal, quanto seria? Uma tarifa de R$ 7,96, que é 15% maior do cenário atual", afirma.
A diferença para que o reajuste ocorresse sem um aumento real foi a utilização do Fundo de Apoio à Universalização do Saneamento (Fausp).
O fundo recebeu 30% do valor obtido na desestatização, além de seguir recebendo os dividendos pagos pela empresa ao Governo do Estado, que tem 18,3% das ações.
Segundo a Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (Arsesp), para o próximo ciclo tarifário serão utilizados R$ 6 milhões do Fausp para manter a tarifa sem aumento real para o consumidor.
Resende diz ainda que a tarifa teve uma redução de 10% assim que a privatização ocorreu, além da implementação da tarifa social.
"Tinhamos uma tarifa e ela foi reduzida 23 de julho de 2024. Teve redução de 1% para residencial, industrial e comercial e 10% para social vunerável. O que a gente fez agora é só o IPCA. Era como se a curva continuasse reta porque não teve aumento real", diz.
A secretária afirma ainda que o fundo deve ter utilizado com responsabilidade para que a modicidade seja mantida, principalmente, até 2029.
Nesse período, a Sabesp terá que investir R$ 70 bilhões para universalizar o saneamento das cidades atendidas.
"Alguém chegou a perguntar por que não usar o fundo todo de uma vez. Por responsabilidade fiscal e por ser um contrato de longo prazo. Precisamos pensar na sustentabilidade até 2029. O maior volume de investimento é justamente nesse período, para garantir a universalização", diz.