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Ataques a Marina Silva foram o trunfo de Dilma na campanha

A ofensiva de ataques contra Marina Silva marcou a campanha da presidente Dilma Rousseff pela reeleição

Presidente Dilma Rousseff durante entrevista à imprensa no Palácio da Alvorada, em Brasília (Ueslei Marcelino/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 5 de outubro de 2014 às 18h36.

São Paulo - Em uma eleição com tantas reviravoltas fica difícil destacar o que será mais determinante para o resultado final. No entanto, não há como não dizer que um trunfo da campanha da presidente Dilma Rousseff foi a enxurrada de ataques contra Marina Silva .

Logo que Marina começou a crescer nas pesquisas e a realmente ameaçar a reeleição de Dilma, toda a campanha se voltou a derrubar a popularidade da adversária.As pesquisas Ibope e Datafolha mostram que a estratégia foi bem sucedida: a candidata do PSB começou a perder votos no meio de setembro e foi ultrapassada por Aécio Neves nas pesquisas deste sábado.

Segundo o cientista social Rodrigo Augusto Prando, a ideia inicial do PT era polarizar Dilma e Aécio durante a campanha, mas quando viu-se que Marina era a adversária a ser batida, a candidta virou o alvo de todos os esforços da campanha.

"A Dilma e o PT centraram um fogo pesadíssimo contra Marina. Muita gente reclamou dizendo que essa forma de fazer política, o terrorismo, já havia sido muito criticada pelo próprio PT, já que o Lula sofreu muito com isso", diz Prando.

Para Milton Lahuerta,coordenador do laboratório de política e governo da Unesp, do ponto de vista do marketing a campanha da candidata do PT foi muito bem feita.

"A campanha se nutriu do modo como o PT vem se colocando como governante: ‘somos os representantes de tudo que há de bem na sociedade e os outros representam o atraso’”, diz Lahuerta.

Lahuerta critica também a postura do partido de não usar a campanha eleitoral para discutir programas. "A campanha da Dilma pode ser resumida em ‘fizemos e vamos fazer mais’", diz.

“Eu preferia que o PT tivesse apresentado uma agenda mais positiva, dialogando mais com os temas que estão vindo da sociedade, ao invés de destruir a Marina”, afirma o cientista social.

Segundo turno

Já para o segundo turno, Dilma pode ter problemas.“O PT gastou muito cartucho contra a Marina, eu diria até que passou um pouco do ponto. Já há um sentimento entre os próprios eleitores da Dilma de que virou muita baixaria”, diz Lahuerta.

Prando concorda e lembra que no segundo turno, seja quem for o adversário de Dilma - Marina ou Aécio -, os dois terão o mesmo tempo de propaganda eleitoral na TV e no rádio, o que vai dar mais espaço ao seu concorrente.

Na campanha para o primeiro turno, Dilma tinha muito mais tempo no horário eleitoral que todos os outros candidatos: enquanto o PT ficava quase 12 minutos no ar, Marina tinha pouco mais de 2 minutos e Aécio, 4 minutos e meio.

“A Dilma atacou o Aécio no debate. Ele é o adversário que ela quer no segundo turno, porque com ele, polarizam-se as posições políticas de PT e PSDB. Liberais contra desenvolvimentistas, elitistas contra populares. Para o PT, é mais fácil ganhar do Aécio do que da Marina", afirma Lahuerta.

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São Paulo - Em uma eleição com tantas reviravoltas fica difícil destacar o que será mais determinante para o resultado final. No entanto, não há como não dizer que um trunfo da campanha da presidente Dilma Rousseff foi a enxurrada de ataques contra Marina Silva .

Logo que Marina começou a crescer nas pesquisas e a realmente ameaçar a reeleição de Dilma, toda a campanha se voltou a derrubar a popularidade da adversária.As pesquisas Ibope e Datafolha mostram que a estratégia foi bem sucedida: a candidata do PSB começou a perder votos no meio de setembro e foi ultrapassada por Aécio Neves nas pesquisas deste sábado.

Segundo o cientista social Rodrigo Augusto Prando, a ideia inicial do PT era polarizar Dilma e Aécio durante a campanha, mas quando viu-se que Marina era a adversária a ser batida, a candidta virou o alvo de todos os esforços da campanha.

"A Dilma e o PT centraram um fogo pesadíssimo contra Marina. Muita gente reclamou dizendo que essa forma de fazer política, o terrorismo, já havia sido muito criticada pelo próprio PT, já que o Lula sofreu muito com isso", diz Prando.

Para Milton Lahuerta,coordenador do laboratório de política e governo da Unesp, do ponto de vista do marketing a campanha da candidata do PT foi muito bem feita.

"A campanha se nutriu do modo como o PT vem se colocando como governante: ‘somos os representantes de tudo que há de bem na sociedade e os outros representam o atraso’”, diz Lahuerta.

Lahuerta critica também a postura do partido de não usar a campanha eleitoral para discutir programas. "A campanha da Dilma pode ser resumida em ‘fizemos e vamos fazer mais’", diz.

“Eu preferia que o PT tivesse apresentado uma agenda mais positiva, dialogando mais com os temas que estão vindo da sociedade, ao invés de destruir a Marina”, afirma o cientista social.

Segundo turno

Já para o segundo turno, Dilma pode ter problemas.“O PT gastou muito cartucho contra a Marina, eu diria até que passou um pouco do ponto. Já há um sentimento entre os próprios eleitores da Dilma de que virou muita baixaria”, diz Lahuerta.

Prando concorda e lembra que no segundo turno, seja quem for o adversário de Dilma - Marina ou Aécio -, os dois terão o mesmo tempo de propaganda eleitoral na TV e no rádio, o que vai dar mais espaço ao seu concorrente.

Na campanha para o primeiro turno, Dilma tinha muito mais tempo no horário eleitoral que todos os outros candidatos: enquanto o PT ficava quase 12 minutos no ar, Marina tinha pouco mais de 2 minutos e Aécio, 4 minutos e meio.

“A Dilma atacou o Aécio no debate. Ele é o adversário que ela quer no segundo turno, porque com ele, polarizam-se as posições políticas de PT e PSDB. Liberais contra desenvolvimentistas, elitistas contra populares. Para o PT, é mais fácil ganhar do Aécio do que da Marina", afirma Lahuerta.

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