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Maia diz que pauta alternativa do governo é "desrespeito"

Pauta legislativa prioritária com 15 itens relacionados à economia foi apresentada pelo Planalto na noite desta segunda-feira

Rodrigo Maia: presidente da Câmara lembrou que alguns dos itens anunciados pelo governo na noite de segunda já tramitam na Câmara (Ueslei Marcelino/Reuters)
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Reuters

Publicado em 20 de fevereiro de 2018 às 17h16.

Última atualização em 20 de fevereiro de 2018 às 18h15.

Brasília - O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta terça-feira que o anúncio do governo na véspera de uma pauta prioritária de 15 medidas relacionadas à economia no Congresso Nacional foi um "equívoco" e desrespeita a independência entre os Poderes.

Maia lembrou que alguns dos itens anunciados pelo governo na noite de segunda já tramitam na Câmara, outras no Senado, e que serão votadas no tempo que os parlamentares considerarem conveniente.

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"É meio sem sentido... se o governo quer uma pauta econômica nova, que apresente uma pauta econômica nova. As que estão aqui, o tempo de discussão e de votação é da Presidência da Câmara e depois da Presidência do Senado. Vamos respeitar a independência entre os Poderes", disse Maia a jornalistas ao chegar na Câmara dos Deputados.

"O governo não precisa ficar apresentando pautas de projetos que já estão aqui. Isso é um café velho e frio que não atende como novidade a sociedade."

As declarações do presidente da Câmara diferem do tom adotado na noite da segunda-feira, quando o deputado mencionou algumas dessas 15 medidas, antes do anúncio oficial do governo. Na ocasião, Maia chegou a comentar que as medidas em discussão com a equipe econômica poderiam proporcionar um "bom caminho" para a continuidade da pauta econômica no Congresso.

Questionado nesta tarde se não haveria mesmo um tratamento diferenciado para essas 15 medidas na Casa, Maia negou conhecer o conteúdo das propostas: "Nem conheço as 15. Nem li e nem vou ler."

Espuma

Maia descartou ainda a possibilidade de, por ora, algum tema da reforma da Previdência ser discutido pela Câmara na forma de um projeto de lei ou medida provisória, já que a decisão do governo pela intervenção federal na área de segurança pública no Rio de Janeiro impede a votação de qualquer Proposta de Emenda à Constituição (PEC) em plenário, caso da matéria que modifica as regras previdenciárias.

"Por enquanto não", disse, referindo-se a eventuais pontos que poderiam ser alterados via natureza infraconstitucional. "O governo não tem voto para votar a reforma da Previdência, não dá para ficar criando espuma com a sociedade em um tema tão grave como esse", afirmou.

"Ou o governo vai apresentar os votos ou não vou ficar discutindo, mesmo que por projeto de lei, algo que eu não sei se o governo tem maioria para votar."

 

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