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Após um ano, ninguém sabe quem mandou matar Marielle

Nesta terça-feira, PM e ex-PM foram presos por executar o assassinato. Delegado responsável pelas investigações fará intercâmbio na Itália

Marielle: vereadora foi morta a tiros (Ricardo Moraes/Reuters)

Marielle: vereadora foi morta a tiros (Ricardo Moraes/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 14 de março de 2019 às 06h11.

Última atualização em 14 de março de 2019 às 06h34.

Há exatamente um ano, a vereadora carioca Marielle Franco era  assassinada com quatro tiros na cabeça vindos de um Cobalt prata. Na noite daquele 14 de março, cerca de 126 veículos do mesmo modelo circulavam próximo à área do crime. Além da vereadora, seu motorista, Anderson Gomes, foi atingido com três tiros nas costas e também morreu. A única sobrevivente do episódio foi Fernanda Chaves, assessora de Marielle, ferida por estilhaços. Até agora, não se sabe quem ordenou a ação.

Nos 365 dias que sucederam o assassinato, uma força-tarefa de policiais do Rio de Janeiro foi instaurada; houve o registro de pelo menos 190 denúncias sobre o episódio e 230 testemunhas foram ouvidas pelas autoridades fluminenses.

Na última terça-feira, 12, faltando apenas dois dias para se completar um ano da morte da vereadora, um PM e um ex-PM foram presos acusados de terem executado o assassinato. Segundo as informações divulgadas pelos investigadores em entrevista coletiva, enquanto o sargento reformado da Polícia Militar Ronnie Lessa teria disparado os tiros que mataram Marielle e Anderson, o ex-PM Elcio Vieira de Queiroz dirigiu o veículo usado no crime.

A polícia ainda descobriu que, coincidentemente, Ronnie Lessa, autor dos disparos, reside na mesma rua do condomínio do presidente Jair Bolsonaro, localizado na Barra da Tijuca, Zona Norte do Rio. Ontem, Bolsonaro se pronunciou e disse que sequer conhecia Ronnie: “Não lembro dessa cara. Meu condomínio tem 150 casas”, falou à imprensa.

Além dos dois presos, a polícia também cumpriu pelo menos 16 mandados de busca e apreensão. Durante a varredura, 117 fuzis desmontados foram encontrados na casa de um amigo de Ronnie, corroborando a versão do envolvimento de milícias com a execução.

As promotoras responsáveis pelos assassinatos reforçaram que “é inconteste que Marielle Francisco da Silva foi sumariamente executada em razão da atuação política na defesa das causas que defendia. A barbárie praticada na noite de 14 de março de 2018 foi um golpe ao Estado Democrático de Direito”. 

Até agora, ninguém sabe, ou pelo menos nada foi divulgado, acerca dos mandantes da morte de Marielle. Essa investigação não será liderada pelo delegado Giniton Lages, que fará um intercâmbio de quatro meses na Itália. Segundo informou ontem o governador Wilson Witzel (PSC), Lages está “cansado”.

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