Moradores da Vila Madalena, na zona oeste de São Paulo, já se mobilizam contra eventos de carnaval não autorizados na região (Pilar Olivares/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 12 de fevereiro de 2019 às 11h14.
São Paulo — Moradores da Vila Madalena, na zona oeste de São Paulo, já se mobilizam contra eventos de carnaval não autorizados na região.
No último sábado (9), o bairro foi palco de uma festa de pré-carnaval que terminou em tumulto e depredação, com pelo menos um detido.
O bloco de pré-carnaval foi organizado nas redes sociais e reuniu centenas de pessoas na Rua Aspicuelta na tarde de sábado. Cerca de 12 mil pessoas haviam confirmado presença na página no Facebook. Segundo a Subprefeitura de Pinheiros, o evento não tinha autorização para acontecer.
"A administração regional, ao tomar ciência da organização do encontro pelas redes sociais, acionou equipes de fiscalização contra o comércio ambulante irregular e solicitou apoio da Guarda Civil Metropolitana", informou, em nota a Prefeitura.
Segundo a Secretaria Municipal de Segurança Urbana, houve tumulto, provocado pelos participantes do pré-carnaval. "Um homem atirou uma pedra na viatura da GCM, quebrando o vidro traseiro do carro. O acusado foi conduzido 14º DP (Pinheiros)", informou a Prefeitura.
Moradores da Vila Madalena denunciaram a situação do bairro durante e depois do evento. Vídeos nas redes sociais mostram correria após o lançamento de uma bomba de gás lacrimogêneo e o acúmulo de lixo na rua.
Na segunda-feira (11), a Sociedade Amigos de Vila Madalena (Savima), que reúne moradores do bairro, encaminhou um ofício ao Ministério Público Estadual (MPE), pedindo providências. A associação quer o cercamento do bairro para evitar eventos de carnaval em algumas áreas.
"Pedimos encarecidamente providências para que pelo menos o poder público crie na Vila um perímetro, controlar entrada, saturar ambulantes e consumo de álcool e drogas nas ruas, vetar qualquer tipo de som fora dos estabelecimentos e qualquer bloco no miolo do bairro", diz o documento enviado pela Savima.
"As pessoas têm de se sentir protegidas desses vândalos, porque são vândalos. Eles vem para causar o terror", disse ao Estado Cassio Calazans, presidente da Savima. "O carnaval é uma festa bacana, popular. Isso é uma coisa. Outra coisa são esses rolês."
Outro evento está marcado para o próximo sábado no Largo da Batata, na zona oeste da capital. Segundo a Prefeitura, "o Município está ciente das movimentações nas redes sociais e, caso seja necessário, essa força-tarefa será repetida no próximo sábado".