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Após resistências, PMDB indica nomes para compor CPMI da JBS

O líder Raimundo Lira admitiu "dificuldade" em definir os nomes já que dez senadores peemedebistas receberam doações de campanha da empresa

Raimundo Lira: "Temos dez senadores que receberam doação da JBS" (Jefferson Rudy/ Agência Senado/Agência Senado)

Raimundo Lira: "Temos dez senadores que receberam doação da JBS" (Jefferson Rudy/ Agência Senado/Agência Senado)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 13 de setembro de 2017 às 15h39.

Brasília - O líder do PMDB no Senado, Raimundo Lira (PB), indicou nesta quarta-feira, 13, sete senadores para as dez vagas que o partido tem direito na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da JBS.

O PMDB é o último partido a fazer essas indicações. Lira admitiu "dificuldade" em definir os nomes já que dez senadores peemedebistas receberam doações de campanha da empresa de frigoríficos nas últimas eleições, de um total de 23 que compõe a bancada.

"Os senadores que receberam doação da JBS se sentem constrangidos não pela CPI em si, mas pelo objeto da comissão. Na realidade, o constrangimento é porque a empresa hoje tem um perfil diferente. Temos dez senadores que receberam doação da JBS, de 23 senadores da bancada", explicou.

"A JBS era um ícone nacional e internacional, não tinha porque não receber doações. Agora hoje a visão da empresa é diferente", complementou.

Os indicados para vagas de titulares são: João Alberto Souza (PMDB-MA), Airton Sandoval (PMDB-SP) e Hélio José (PMDB-DF).

Para as vagas de suplentes, o líder Raimundo Lira sugeriu os seguintes parlamentares: Romero Jucá (PMDB-RR), Simone Tebet (PMDB-MS), Elmano Ferrer (PMDB-PI), Dário Berger (PMDB-SC).

Dos indicados até o momento, os suplentes Tebet e Berger têm registrado no Tribunal Superior Eleitoral, entre seus receitas de campanha, valores doados pela empresa de Joesley e Wesley Batista.

Raimundo Lira explicou ainda que consultou 18 senadores do partido para saber quais teriam interesse de participar da comissão.

O líder peemedebista admitiu que não usou as doações como critério de seleção dos indicados. Deixou para os parlamentares dizerem se estavam à vontade ou não para ocupar essas vagas.

"Não queria ter o risco de indicar e as pessoas pedirem desligamento da CPI", argumentou.

Raimundo Lira negou também ter recebido qualquer orientação do Palácio do Planalto para definir os nomes do partido, mas admitiu que não vê problema caso o governo queria sugerir alguma mudança na composição da legenda na comissão.

Até o fim desta quarta-feira, o líder deve indicar ao menos mais um nome para vaga de titular na CPMI.

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