Nova rebelião: motim é uma represália às mortes de presos na briga entre facções no sábado (Divulgação)
Estadão Conteúdo
Publicado em 16 de janeiro de 2017 às 09h38.
Última atualização em 16 de janeiro de 2017 às 09h58.
Natal - Os detentos do Presídio Provisório Professor Raimundo Nonato Fernandes, na zona norte de Natal, iniciaram uma rebelião na madrugada desta segunda-feira, 16.
De acordo a presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários, Vilma Batista, os presidiários afirmam que o motim é uma represália às mortes de presos na briga entre facções no sábado, 14, dentro da Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta, na região metropolitana de Natal.
Na ocasião, 26 presidiários ligados à organização criminosa Sindicato do Crime do RN foram mortos por presos do Primeiro Comando da Capital (PCC).
Os detentos construíram barricadas para impedir a entrada de agentes carcerários e ameaçaram atacar os presos que ficam no Pavilhão 2 da unidade, que são rotineiramente intimidados pelos demais por auxiliarem nos serviços gerais do presídio.
Vilma disse ainda que os detentos juraram vingança e que essa resposta não deve acontecer somente dentro dos estabelecimentos prisionais do Estado do Rio Grande do Norte.
O Grupo de Operações Especiais dos agentes carcerários já entrou no Presídio Raimundo Nonato e trabalha com o objetivo de conter a rebelião. Vilma afirmou que os agentes conseguiram impedir o contato entre os rebelados e os presos que seriam atacados. No entanto, ainda havia tensão dentro da unidade na manhã desta segunda-feira.
O Presídio Provisório Professor Raimundo Nonato Fernandes é o mesmo em que, em janeiro do ano passado, 46 detentos conseguiram escapar por um túnel. Foi a maior fuga ocorrida em presídio da história do Rio Grande do Norte.
Na ocasião, os presidiários cavaram um túnel de 40 metros a partir do Pavilhão B da unidade até o Complexo Penal João Chaves, que custodia presos em liberdade provisória e fica no prédio ao lado.
Sobre a rebelião desta segunda-feira, o Sindicato dos Agentes confirmou que boa parte do presídio foi danificada. Enquanto promoviam o quebra-quebra, presos gritavam contra os agentes e repetem o nome da facção Sindicato do Crime do RN. A unidade abriga 496 detentos.