Exame Logo

Após protestos, projeto Escola Sem Partido avança na Câmara de SP

De autoria dos vereadores Fernando Holiday e Eduardo Tuma, o projeto institui "deveres" a serem obedecidos pelos professores na sala de aula

Escola: expectativa é que o projeto seja votado no começo do ano que vem (Germano Luders/Exame)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 11 de dezembro de 2017 às 21h00.

São Paulo - Após uma semana de pressão do Movimento Brasil Livre (MBL) e do Direita São Paulo na Câmara Municipal, o texto que institui o projeto Escola Sem Partido na capital paulista teve as discussões retomadas nesta segunda-feira, 11, e foi aprovado pela Comissão de Finanças, último trâmite necessário antes de o texto ser liberado para a votação em plenário. A expectativa é que o projeto seja votado no começo do ano que vem.

De autoria dos vereadores Fernando Holiday (DEM), membro do MBL, e Eduardo Tuma (PSDB), vice-presidente da Câmara, o projeto institui "deveres" a serem obedecidos pelos professores na sala de aula. O texto prevê que o docente "deverá abster-se de introduzir, em disciplina obrigatória, conteúdos que possam estar em conflito com as convicções morais dos estudantes ou de seus pais", entre outros quatro deveres. Ele conta com assinatura de outros 15 parlamentares.

Veja também

O MBL havia feito uma campanha na internet, em que chegou a chamar o presidente da Câmara, Milton Leite (DEM), de "covarde", pressionando pela aprovação do texto entre quarta e quinta-feira da semana passada. Na quinta, a votação esbarrou na falta de pareceres das comissões temáticas da Câmara (que se manifestam em todos os projetos apresentados), e os vereadores haviam tentado resolver a pendência convocando o Congresso de Comissões -- quando os vereadores reúnem os integrantes de todas as comissões no próprio plenário e emitem, ali, pareceres sem o mesmo tempo de debates que levariam nas comissões comuns.

Entretanto, sem quórum, a comissão foi encerradas antes de o projeto tramitar.

Esse movimento foi feito para uma galeria da Câmara repleta de manifestantes favoráveis e contra o projeto, que gritaram durante toda a tarde gritos de ordem e precisaram ser divididos pela "tropa de choque" da Guarda Civil Metropolitana.

Nesta segunda, em uma reunião da Comissão de Finanças feita no plenário, o texto conseguiu o aval que faltava e já pode ser votado. Mas há expectativa de que, antes de os vereadores votarem o projeto, a Câmara Municipal realize audiências públicas para debater o tema, tido como polêmico.

Acompanhe tudo sobre:Câmaras municipaisEducaçãoEducação no Brasilsao-paulo

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Brasil

Mais na Exame