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Após novo acordo com o governo, a greve terminou?

Às 21h30 deste domingo o presidente Michel Temer fez novo pronunciamento anunciando novas medidas para tentar conter a paralisação

Caminhões participam de protesto na BR-116 em São Paulo (Leonardo Benassatto/Reuters)

Caminhões participam de protesto na BR-116 em São Paulo (Leonardo Benassatto/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 28 de maio de 2018 às 06h36.

Última atualização em 28 de maio de 2018 às 12h45.

A semana começa com a mesma pergunta que encerrou a semana passada pairando no ar: afinal, a greve terminou?

Às 21h30 deste domingo o presidente Michel Temer fez novo pronunciamento no Palácio do Planalto anunciando novas medidas para tentar conter a paralisação dos caminhoneiros. Temer anunciou que o preço do diesel sofrerá uma redução de 46 centavos por litro pelos próximos 60 dias, no que chamou de “sacrifícios no orçamento” para solucionar o impasse sem comprometer a Petrobras. Além disso, o governo publicou três medidas provisórias isentando a cobrança de pedágio para eixo suspensa, a garantia de 30% dos fretes para autônomos, e uma tabela com valores mínimos para os fretes rodoviários.

Representantes dos caminhoneiros presentes na reunião com o governo afirmaram estar de acordo com as novas demandas. A dúvida é sua capacidade de mobilização. As informações do início desta segunda-feira ainda são desencontradas sobre o fim da greve, e sobre a desmobilização de outras paralisações que aproveitaram a oportunidade para anunciar atos nos próximos dias.

Em entrevista a EXAME, Marcos Fernandes, professor do Centro de Estudos de Política e Economia da FGV, afirmou que o governo está sem capital político e que, neste contexto, é natural que novos grupos de interesse aproveitem o conflito com os caminhoneiros para impor suas próprias demandas.

Em São Paulo, os motoristas de vans escolares marcaram uma paralisação para este segunda-feira e farão um ato na Avenida Paulista no início da manhã. Eles também reivindicam a redução de preços dos combustíveis. Segundo representantes dos motoristas, cerca de 200.000 crianças devem ficar sem transporte escolar. No fim de semana, a Federação Única dos Petroleiros anunciou que entrará em greve a partir da meia-noite de quarta-feira por 72 horas. Os petroleiros pedem a redução dos preços de gás de cozinha e combustíveis e a saída de Pedro Parente da presidência da Petrobras.

Seja como for, planos de contingência vêm dando conta de remediar parte dos efeitos da greve. Em Brasília, dez caminhões tanque levaram combustíveis ao aeroporto de Brasília, um dos mais afetados do país. Dez aeroportos continuam afetados pelo país. Caminhões também vêm levando remédios e oxigênio para hospitais que ficaram com seus estoques reduzidos.

No Rio, 40% da frota de ônibus está funcionando, segundo a GloboNews, graça a escolta de combustível para as empresas de transporte. Escolas e creches municipais não abrem no Rio nesta segunda-feira. Em São Paulo, o rodízio continua suspenso, e a frota municipal vai circular com 60% a 80% da capacidade. As aulas da rede municipal estão mantidas.

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