Henrique Pizzolato desembarca do avião: ex-diretor foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 12 anos e sete meses de prisão (Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 23 de outubro de 2015 às 09h01.
Único condenado no processo do mensalão que ainda não cumpriu pena, Henrique Pizzolato já está no Brasil. Escoltado por três policiais federais brasileiros e uma médica, ele desembarcou por volta das 6h45 no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo.
Pizzolato saiu de Milão na noite de ontem (22). Na capital paulista, ele fará os procedimentos de registro de entrada no país. Ainda no aeroporto, embarca em um jatinho da Polícia Federal com destino a Brasília, onde cumprirá pena na Penitenciária da Papuda.
A chegada ao Brasil do ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil (BB) encerra um capítulo na história da fuga de um dos condenados no processo do mensalão.
O ex-diretor foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 12 anos e sete meses de prisão por lavagem de dinheiro e peculato, mas, por ter dupla cidadania, fugiu para a Itália em setembro de 2013, antes do fim do julgamento, com um passaporte falso em nome de um irmão morto. Pizzolato foi o único dos condenados que fugiu. Ele foi preso em fevereiro do ano passado em Maranello, na Itália.
Em outubro de 2014, chegou a ser solto pela Corte de Apelação de Bolonha, que negou sua extradição.
No entanto, posteriormente, a Corte de Cassação de Roma e o Ministério da Justiça da Itália confirmaram a expulsão. Seguiu-se uma série de recursos administrativos e na Corte Europeia de Direitos Humanos, mas todos foram negados.
No dia 6 de outubro, a Corte Europeia de Direitos Humanos rejeitou a última tentativa de recurso de Pizzolato contra sua extradição para o Brasil.
No recurso protocolado na corte, a defesa, como nas demais ações contra a extradição, voltou a alegar que os direitos humanos não são respeitados nos presídios brasileiros. O argumento foi usado para que o ex-diretor do BB continuasse na Itália.
O ministro da Justiça da Itália, Andrea Orlando, decidiu adiar por duas semanas a entrega de Henrique Pizzolato às autoridades brasileiras, anteriormente prevista para o dia 7 deste mês.