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Após desistir de candidatura, Flávio Rocha é cobiçado por MDB e PSDB

Partidos do centro político que lançaram ex-ministro Henrique Meirelles e o ex-governador de SP Geraldo Alckmin manifestaram interesse em se aliar ao PRB

Flávio Rocha: empresário aparecia com apenas 1 por cento das intenções de voto na pesquisa CNI/Ibope (Nacho Doce/Reuters)

Flávio Rocha: empresário aparecia com apenas 1 por cento das intenções de voto na pesquisa CNI/Ibope (Nacho Doce/Reuters)

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Reuters

Publicado em 13 de julho de 2018 às 17h59.

Brasília/Rio de Janeiro - O empresário Flávio Rocha desistiu de sua pré-candidatura à Presidência da República pelo PRB nesta sexta-feira, reforçando a cobiça de MDB e PSDB pelo apoio do partido na eleição de outubro deste ano.

Em nota do PRB, assinada também por Rocha e pelo presidente do partido, ex-ministro Marcos Pereira, a sigla defende o diálogo em busca de "proposta mais equilibrada" para o Brasil e que é "fundamental" que as forças de centro busquem união.

"Há um entendimento claro de que o país não pode flertar com os extremos e, por isso, mais do que nunca durante todo o processo, é fundamental que as forças de centro se unam num único projeto", afirma o PRB no comunicado.

"Ao deixar a pré-candidatura, o PRB e Flávio Rocha abrem espaço para o diálogo firme em busca de construir a proposta mais equilibrada para o Brasil. O país não pode errar", acrescenta o partido.

Segundo a nota, o PRB vai se dedicar agora a "liderar esse processo e fazer valer a vontade da maioria dos brasileiros, que é o equilibro econômico, a retomada do crescimento e o reencontro com o emprego".

Logo após o anúncio da desistência, MDB e PSDB --partidos do chamado centro político que lançaram respectivamente o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles e o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin ao Planalto-- manifestaram interesse em se aliar ao PRB, partido que conta com 21 deputados e dois senadores.

O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, disse que o PRB faz parte do governo do presidente Michel Temer e que representantes do MDB já devem estar buscando contato com a legenda para uma eventual aliança.

Marun disse também que Rocha "é um nome importante, poderia ser avaliado para participar de uma chapa para a Presidência".

Já o secretário-geral do PSDB, deputado Marcus Pestana, disse que há boas perspectivas de o PRB apoiar Alckmin, que o tucano vinha sendo "cuidadoso" ao tratar disso em respeito à postulação de Rocha e que agora, com a retirada dele, as conversas devem se intensificar.

"Há uma afinidade e uma porta aberta muito grande", disse Pestana, um dos formuladores de um manifesto pela união do que chama de centro democrático reformista.

"Vem no sentido do nosso movimento de unidade do centro democrático contra a possibilidade de radicalização extrema... É uma sinalização importante do Flávio e do PRB", acrescentou.

Dever cumprido

Em vídeo anunciando sua desistência, Rocha também falou sobre uma convergência para evitar candidatos dos extremos do espectro político.

"Retiro minha pré-candidatura não com tristeza, mas com a certeza de ter cumprido com o meu dever como cidadão e apaixonado pelo Brasil. Eu e meu partido entendemos que o Brasil passa por um momento turbulento e não pode flertar com os extremos e, mais do que nunca, vemos como necessário que todos se unam num projeto de convergência", disse o empresário.

"Estou convicto que ajudei a inspirar aqueles que produzem e que querem produzir... apresentei agenda liberal na economia e de modernização da nossa economia e mostrei que não há melhor programa social que o emprego."

Na pesquisa CNI/Ibope divulgada em junho, o empresário aparecia com apenas 1 por cento das intenções de voto, mesmo percentual registrado por Meirelles. Alckmin, por sua vez, registrou entre 4 e 6 por cento dependendo do cenário do levantamento.

(Reportagem de Rodrigo Viga Gaier, no Rio de Janeiro; Ricardo Brito e Lisandra Paraguassu, em Brasília; e Eduardo Simões, em São Paulo)

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