Ricardo Tripoli: "Se você me perguntasse hoje, eu diria a condição é muito menor" (Wilson Dias/Agência Brasil/Agência Brasil)
Estadão Conteúdo
Publicado em 28 de junho de 2017 às 19h34.
Última atualização em 28 de junho de 2017 às 19h36.
Brasília - Ao lado do prefeito de São Paulo, João Doria, o líder do PSDB na Câmara, Ricardo Tripoli (SP), disse que a denúncia apresentada contra o presidente Michel Temer aumenta a possibilidade de o partido deixar a base aliada do governo.
Segundo Tripoli, o partido está avaliando a questão "diariamente", mas que a vontade de integrantes da bancada de permanecer na base é "menor" do que quando a decisão foi tomada na reunião da Executiva da sigla, em 12 de junho.
"Se você me perguntasse hoje, eu diria a condição é muito menor do que foi naquela reunião nossa", afirmou.
O líder tucano mostrou preocupação com a capacidade de o peemedebista manter a governabilidade após a apresentação da denúncia pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
"Se houver a condição de governabilidade, nós daremos apoio ao Estado brasileiro, não importa qual o governo", disse.
Tripoli também afirmou que vai dar "liberdade" para os integrantes do partido votarem como quiserem na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), onde a denúncia contra Temer vai começar a tramitar.
"Não há nenhum motivo para a substituição de qualquer um deles. Eu disse, desde o início, que eles votariam de acordo com a consciência deles. Eu espero que eles tenham uma única posição, mas eles terão liberdade", afirmou.
Assim como nas declarações que deu mais cedo, Doria adotou o tom de cautela e afirmou que uma eventual saída de Temer poderia "prejudicar fortemente a economia brasileira" e aumentar o número de desempregados, que hoje já alcança a casa dos 14 milhões.
"Eu não defendo o presidente Michel Temer, eu defendo o país", disse.
O prefeito de São Paulo cumpre uma extensa agenda em Brasília nesta quarta-feira, 28. Após se reunir com os presidente da Câmara e do Senado pela manhã, afirmou que o juízo sobre Temer não cabia à opinião pública, mas sim ao Poder Judiciário.