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Após condenação, Genoino deixa cargo e se diz indignado

Em carta aberta lida a jornalistas na sede do PT, José Genoino também disse que se dá ao direito de discutir "aberta e democraticamente" a decisão dos ministros do STF


	José Genoino, político do PT condenado no processo do mensalão
 (J. Freitas/Agência Brasil)

José Genoino, político do PT condenado no processo do mensalão (J. Freitas/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2012 às 13h56.

São Paulo/Brasília - O ex-presidente do PT José Genoino anunciou nesta quarta-feira que deixa o cargo de assessor que ocupa no Ministério da Defesa após sua condenação na ação penal do chamado mensalão no Supremo Tribunal Federal. Genoino declarou-se indignado com a decisão do Supremo e disse ser vítima de "injustiça monumental".

Em carta aberta lida a jornalistas na sede do PT em, São Paulo, Genoino também disse que se dá ao direito de discutir "aberta e democraticamente" a decisão de sete ministros do STF que o consideraram culpado de corrupção ativa no julgamento do mensalão.

"Retiro-me do governo com a consciência dos inocentes. Não me envergonho de nada. Continuarei a lutar com todas as minhas forças por um Brasil melhor, mais justo e soberano, como sempre fiz", disse o ex-dirigente petista em sua carta.

"A Corte errou. A Corte foi, sobretudo, injusta. Condenou um inocente. Condenou-me sem provas", afirmou. Genoino, que além de presidente do PT foi deputado federal por São Paulo, disse ainda que o julgamento do mensalão "transformou ficção em realidade".

Disse também que ele acontece "matematicamente" ao mesmo tempo que as eleições municipais e que é parte de uma "campanha de ódio" contra o PT.

"Esse julgamento ocorre em meio a uma diuturna e sistemática campanha de ódio contra o meu partido e contra um projeto político exitoso, que incomoda setores reacionários incrustados em parcelas dos meios de comunicação, do sistema de Justiça e das forças políticas que nunca aceitaram a nossa vitória", disse.

"Nessas condições, como ter um julgamento justo e isento?", questionou.

Genoino elaborou a carta em conjunto com seu advogado Luiz Fernando Pacheco na manhã desta quarta. Segundo Pacheco, o ex-deputado considerou ser necessário manifestar sua indignação com a decisão e decidiu deixar o cargo na Defesa para não constranger o governo da presidente Dilma Rousseff.


O ex-presidente petista contou com a solidariedade de membros do diretório nacional do partido, que garantiram apoio total ao colega.

Denunciado em 2005 pelo ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB), o mensalão foi, segundo o STF, um esquema de desvio de recursos públicos para a compra de apoio político ao governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Congresso.

Genoino era presidente do PT à época do escândalo e, segundo a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) representaria o então ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, nas negociações para compra de apoio político. Ele também assinou empréstimos que o STF considerou ilegais.

Além de Genoino, Dirceu e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares foram condenados pela maioria dos ministros do STF.

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