(Eduardo Frazão/Exame)
Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 28 de junho de 2023 às 10h01.
Última atualização em 29 de junho de 2023 às 11h42.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quarta-feira, 28, os primeiros dados do Censo 2022. Os resultados de População e Domicílios revelaram que o Brasil tem 203.062.512 de habitantes.
O retrato do Brasil chega com quase três anos de atraso. A pesquisa deveria ter acontecido em 2020, mas a pandemia de covid-19 e problemas orçamentários do governo federal impediram a realização da coleta.
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Em comparação com os dados da coleta de 2010, a população do Brasil cresceu 6,5% (ou 12.306.713 pessoas). Trata-se de um aumento médio anual de 0,52%, a menor taxa observada na série em análise.
O número de domicílios recenseados aumentou em 34% comparação com 2010, de 67 milhões para 90 milhões. São Paulo foi o estado com o maior aumento absoluto de domicílios, com mais de 5 milhões em comparação com a coleta anterior.
O resultado reforça a tendência do declínio dos níveis de fecundidade, que começou em 1970, e mostra a redução do crescimento populacional. Nos cento e cinquenta anos de coleta, o volume populacional brasileiro cresceu 193,1 milhões de habitantes.
Em termos absolutos, os maiores aumentos ocorreram entre 1970 e 1980 com um crescimento de 27,8 milhões de pessoas. Nos últimos 12 anos, a população recenseada aumentou em 12,3 milhões.
O Censo 2022 revela que a região Sudeste segue como a mais populosa do país, com 84,8 milhões de habitantes ou 41,8% da população brasileira, seguida pelo Nordeste (26,9%), Sul (14,7%), Norte (8,5%) e Centro Oeste (8,0%).
Na comparação entre as coletas de 2010 e 2022, a região Centro-Oeste teve o maior crescimento dos últimos 12 anos, com taxa média de 1,2% por ano, quase o dobro da média do Brasil. A região, conhecida pelo agronegócio pujante, chegou a 16.287.809 de habitantes.
O Nordeste e o Sudeste tiveram os menores crescimentos populacionais, abaixo da média nacional. Seguindo a tendência histórica de redução de crescimento da população total, as taxas calculadas para as cinco Grandes Regiões são mais baixas que aquelas calculadas para os dois períodos intercensitários anteriores
Após dois adiamentos pelo alto número de pessoas que recusaram em responder às perguntas, a coleta de dados do Censo foi concluída em maio de 2023. Mesmo com campanhas de conscientização do Ministério do Planejamento e do IBGE, a taxa de domicílios ocupados sem entrevista mais que dobrou em relação à pesquisa anterior. No Censo de 2010, apenas 1,6% de domicílios ocupados não responderam à pesquisa, na pesquisa de 2022 foram 4,23%.
O resultado foi puxado pelos dados do Sudeste, que teve 5,9% de domicílios ocupados que não atenderam os agentes do IBGE, média superior ao das demais regiões e da média nacional. Os estados do Mato Grosso, Rio de Janeiro e São Paulo encerraram a coleta com percentual de domicílios sem entrevista acima da média brasileira.