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Após 13 anos sem Censo, Brasil tem 203 milhões de habitantes, revela IBGE

Em comparação com os dados da coleta de 2010, a população do Brasil cresceu 6,5%, o que representa um aumento médio anual de 0,52%, a menor taxa observada na série em análise

 (Eduardo Frazão/Exame)

(Eduardo Frazão/Exame)

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 28 de junho de 2023 às 10h01.

Última atualização em 29 de junho de 2023 às 11h42.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quarta-feira, 28, os primeiros dados do Censo 2022. Os resultados de População e Domicílios revelaram que o Brasil tem 203.062.512  de habitantes.

O retrato do Brasil chega com quase três anos de atraso. A pesquisa deveria ter acontecido em 2020, mas a pandemia de covid-19 e problemas orçamentários do governo federal impediram a realização da coleta.

Leia também: IBGE divulga primeiros dados do Censo 2022; entenda por que a pesquisa é importante para o Brasil?

Em comparação com os dados da coleta de 2010, a população do Brasil cresceu 6,5% (ou 12.306.713 pessoas). Trata-se de um aumento médio anual de 0,52%, a menor taxa observada na série em análise.

O número de domicílios recenseados aumentou em 34% comparação com 2010, de 67 milhões para 90 milhões. São Paulo foi o estado com o maior aumento absoluto de domicílios, com mais de 5 milhões em comparação com a coleta anterior.

O resultado reforça a tendência do declínio dos níveis de fecundidade, que começou em 1970, e mostra a redução do crescimento populacional. Nos cento e cinquenta anos de coleta, o volume populacional brasileiro cresceu 193,1 milhões de habitantes.

Em termos absolutos, os maiores aumentos ocorreram entre 1970 e 1980 com um crescimento de 27,8 milhões de pessoas. Nos últimos 12 anos, a população recenseada aumentou em 12,3 milhões.

Regiões mais populosas do Brasil

O Censo 2022 revela que a região Sudeste segue como a mais populosa do país, com 84,8 milhões de habitantes ou 41,8% da população brasileira, seguida pelo Nordeste (26,9%), Sul (14,7%), Norte (8,5%) e Centro Oeste (8,0%).

Na comparação entre as coletas de 2010 e 2022, a região Centro-Oeste teve o maior crescimento dos últimos 12 anos, com taxa média de 1,2% por ano, quase o dobro da média do Brasil. A região, conhecida pelo agronegócio pujante, chegou a 16.287.809 de habitantes.

O Nordeste e o Sudeste tiveram os menores crescimentos populacionais, abaixo da média nacional. Seguindo a tendência histórica de redução de crescimento da população total, as taxas calculadas para as cinco Grandes Regiões são mais baixas que aquelas calculadas para os dois períodos intercensitários anteriores

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Média de domicílios sem entrevista mais que dobra

Após dois adiamentos pelo alto número de pessoas que recusaram em responder às perguntas, a coleta de dados do Censo foi concluída em maio de 2023. Mesmo com campanhas de conscientização do Ministério do Planejamento e do IBGE, a taxa de domicílios ocupados sem entrevista mais que dobrou em relação à pesquisa anterior. No Censo de 2010, apenas 1,6% de domicílios ocupados não responderam à pesquisa, na pesquisa de 2022 foram 4,23%.

O resultado foi puxado pelos dados do Sudeste, que teve 5,9% de domicílios ocupados que não atenderam os agentes do IBGE, média superior ao das demais regiões e da média nacional. Os estados do Mato Grosso, Rio de Janeiro e São Paulo encerraram a coleta com percentual de domicílios sem entrevista acima da média brasileira.

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