Produção do comprimido da Pfizer contra a covid-19, o Paxlovid, em uma fábrica em Fribourg, na Alemanha (foto de arquivo) (AFP/AFP)
André Martins
Publicado em 30 de março de 2022 às 16h49.
Última atualização em 30 de março de 2022 às 17h55.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou nesta quarta-feira, 30, o uso emergencial do medicamento Paxlovid fabricado pela Pfizer para tratamento da covid-19. A decisão foi tomada durante a sexta Reunião Extraordinária Pública da Dicol de 2022.
A Anvisa recebeu o pedido de uso do antiviral no dia 15 de fevereiro. O medicamento já possui aprovação para uso emergencial em pelo menos 40 países, incluindo Estados Unidos, Europa, Canadá, China, Austrália, Japão, Reino Unido e México.
“O mundo aguarda com esperança e urgência por terapias efetivas, de fácil acesso e que permitam o amplo tratamento da covid-19. O corporativismo da Anvisa é o compromisso com a proteção da saúde pública. Todos os processos de medicamentos e vacinas contra a covid-19 submetidos à Agência foram exaustivamente avaliados por uma equipe multidisciplinar de servidores públicos que empenharam todos os seus esforços para que, no Brasil, fosse dado acesso a diferentes vacinas e tratamentos”, disse Meiruze Freitas, relatora do processo de aprovação.
Como funciona o remédio da Pfizer contra covid-19 e para quem é indicado?
O medicamento é composto de dois comprimidos antivirais: nirmatrelvir e ritonavir embalados e administrados juntos. Os dois atuam em conjunto bloqueando uma enzima que o coronavírus precisa para ser replicar no corpo. O nirmatrelvir é um novo remédio desenvolvido pela Pfizer em parceira com a BioNTech, enquanto o ritonavir é um medicamento que já era usada no tratamento do HIV/aids.
O Paxlovid é indicado para o tratamento da covid-19 em adultos que não requerem oxigênio suplementar e que apresentam risco aumentado de progressão para covid-19 grave.
O medicamento é de uso adulto, com venda sob prescrição médica.
O Paxlovid foi quase 90% eficaz na prevenção de hospitalizações e mortes, e os dados sugerem que ele mantém sua eficácia contra o ômicron, disse a Pfizer.
Durante a reunião que aprovou o uso do remédio, a diretora relatora enfatizou ainda que a autorização possibilita a adição de uma nova estratégia de tratamento na relação dos procedimentos médicos usados para reduzir os danos da pandemia, mas que não substitui a vacina contra a covid-19.
“Reitero que a vacinação continua sendo a melhor estratégia para evitar a covid-19, as hospitalizações e os óbitos”, afirmou Meiruze Freitas.
Segundo a Anvisa, o Paxlovid não está autorizado para início de tratamento em pacientes que requerem hospitalização devido a manifestações graves ou críticas da covid-19. Também não está autorizado para profilaxia pré ou pós-exposição para prevenção da infecção pelo novo coronavírus.
A agência destaca que o medicamento não está autorizado para uso por mais de cinco dias. Além disso, como não há dados do uso do Paxlovid em mulheres grávidas, recomenda-se que seja evitada a gravidez durante o tratamento com o referido medicamento e, como medida preventiva, até sete dias após o término do tratamento.
O comunicado de autorização ainda esclareceu que o Paxlovid não é recomendado para pacientes com insuficiência renal grave ou com falha renal, uma vez que a dose para essa população ainda não foi estabelecida.