MICHEL TEMER: encontro marcado com o presidente Vladimir Putin e investidores russos / (Beto Barata/PR/Divulgação) (Beto Barata/PR/Divulgação/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 19 de junho de 2017 às 08h51.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 18h47.
O presidente Michel Temer embarca em viagem oficial para a Rússia e Noruega a partir das 10h desta segunda-feira. Em Moscou, o peemedebista tem encontros marcados com o presidente Vladimir Putin, o primeiro-ministro Dmitry Medvedev e outras autoridades para assinatura de acordos bilaterais em comércio e investimentos, mais uma aposta do governo para exportações, além de um jantar com investidores. Em Oslo, Temer se reunirá com o rei Harald V, a primeira-ministra Erna Solberg e o presidente do parlamento, Olemic Thommessen, para discutir exportações e a agenda ambiental.
O momento da viagem é conturbado. Também nesta segunda termina o prazo para que a Polícia Federal conclua o inquérito contra o presidente Temer com base nas delações do grupo J&F. A data limite havia sido prorrogada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin, empurrando também para a frente a denúncia que deve ser apresentada por Rodrigo Janot, procurador-geral da República, contra o peemedebista. A previsão era para esta semana, mas agora é esperada para a partir do dia 26. Depois da conclusão dos trabalhos da PF, a PGR tem cinco dias para concluir sua etapa.
Os ânimos se acentuaram depois da entrevista de Joesley Batista, delator e sócio da J&F, publicada na edição deste fim de semana da revista Época. O empresário chama Temer de “chefe da quadrilha mais perigosa do Brasil”. À revista, Joesley confirma o que disse aos procuradores, como o pagamento de 5 milhões de dólares ao ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) por seu silêncio. Afirmou também que o PT foi o responsável por “institucionalizar” a corrupção no Brasil.
Ainda assim, Temer decidiu viajar. Tem confiança de que seus opositores não têm os 342 votos necessários para que a denúncia da PGR siga para o Supremo Tribunal Federal. Janot, como estratégia para desgastar o presidente, pretende apresentar mais de uma acusação, para que o assunto não saia da pauta e nem os crimes sejam todos rejeitados de uma só vez. A sucessão de fatos novos não param. Basta saber se serão suficientes para mudar os ânimos dos parlamentares. A semana trará mais respostas.