Brasil

ANJ protesta contra censura a reportagem do UOL

Portal teve de retirar do ar duas reportagens e postagens em redes referentes a compras de imóveis pela família Bolsonaro

O portal retirou a matéria do ar, mas afirmou que irá recorrer (Jefferson Rudy/Agência Senado/Flickr)

O portal retirou a matéria do ar, mas afirmou que irá recorrer (Jefferson Rudy/Agência Senado/Flickr)

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Da Redação

Publicado em 23 de setembro de 2022 às 14h28.

Última atualização em 23 de setembro de 2022 às 15h23.

A associação nacional de jornais (ANJ) divulgou na tarde desta sexta-feira, 23, uma nota de protesto contra um ato de censura à imprensa brasileira.

Após o portal UOL divulgar uma reportagem que noticiava imóveis comprados pela família Bolsonaro em dinheiro vivo, a Justiça de Brasília determinou que o portal retirasse a matéria do ar. O pedido veio do senador Flávio Bolsonaro (PL), filho mais velho do presidente, e a liminar foi concedida pelo desembargador Demetius Gomes Cavalcanti.

O portal retirou a matéria do ar, mas afirmou que irá recorrer.

"Uma liminar concedida pelo desembargador Demetrius Gomes Cavalcanti, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios, determinou que o UOL retire do ar duas reportagens e postagens em suas redes sociais com menção às reportagens. O UOL cumpriu a decisão, mas vai recorrer", afirmou o portal.

Em repúdio, a ANJ destacou que o pedido contraria a Constituição Federal e se engloba em censura à imprensa.

Leia a nota na íntegra:

A Associação Nacional de Jornais (ANJ) protesta contra mais um ato de censura à imprensa emanado pela Justiça, em total desacordo com o que determina a Constituição e privando os cidadãos do direito de serem livremente informados.

A decisão liminar do desembargador Demetrius Gomes Cavalcanti, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios, que determinou que o UOL retire do ar as duas matérias e postagens em suas rede sociais com menção a reportagens sobre o uso de dinheiro vivo em 51 dos 107 imóveis comprados pela família Bolsonaro nos últimos 30 anos, contraria frontalmente a Constituição Federal, que não admite censura, e é mais um ato contra a liberdade de imprensa no Brasil.

A ANJ espera que a decisão seja revista o quanto antes, de modo que a população tenha restabelecido o seu direito de acesso à informação.

Brasília,, 23 de setembro de 2022

Associação Nacional de Jornais – ANJ

 

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