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Em 2018, o objetivo do Novo é a Câmara, diz presidente do partido

"O plano é elegermos uma bancada com 35 deputados no ano que vem", diz o presidente do partido Novo, João Amoêdo, no EXAME Fórum 2017

Amoêdo "O plano é elegermos uma bancada com 35 deputados no ano que vem" (EXAME/Site Exame)
TL

Thiago Lavado

Publicado em 4 de setembro de 2017 às 18h33.

Última atualização em 7 de fevereiro de 2018 às 11h42.

A crise econômica é resultante da omissão do empresariado da vida pública no Brasil. E está na hora de reduzir esse distanciamento. O presidente do partido Novo , João Amoêdo , deixou clara sua visão para a política brasileira, em participação no EXAME Fórum 2017 .

“No Brasil, o capitalismo de Estado avançou muito. Parte porque o empresário se afastou do processo, parte porque alguns retiravam benefícios disso, como a imposição de barreiras protecionistas”, afirmou Amoêdo. O diagnóstico do Partido Novo, portanto, está traçado. O duro, como também ficou claro durante o EXAME Fórum, vai ser conquistar as urnas.

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Em entrevista a EXAME, Amoêdo afirmou que o Novo deve ser incluído no roll de partidos que irá disputar a presidência, mas mira mesmo a Câmara dos Deputados. Segundo ele, o intuito é lançar cerca de 300 candidatos em 18 estados e no Distrito Federal.

“O plano é elegermos uma bancada com 35 deputados no ano que vem. Há um campo propício pra isso”, disse. “Nossa prioridade é a eleição de uma bancada de deputados, mas para o projeto do Novo é importante termos um candidato próprio à presidência. Sabemos que por ter pouca capilaridade nossa chance é baixa, mas o intuito é colocar nossas ideias e pautas em debate”, afirmou.

O presidente do Novo também disse que o partido está recebendo diversas ofertas de filiação e candidatura e que está sendo feito um processo seletivo. “O leque é bastante diversificado. A maioria é de pessoas sem envolvimento prévio com a política, mas não temos nada contra a vinda de políticos já com mandato, contanto que tenham a mesma visão do Novo”.

O partido, que surgiu em 2010, em pleno crescimento do Brasil e baixas taxas de emprego, nasceu com a ideia de ser um partido defensor do liberalismo em um país que não tinha um representante nesse fronte. Segundo Amoêdo, havia uma percepção de que não se recebia o suficiente em serviços diante daquilo que se pagava em impostos.

Perguntado sobre quem seria o candidato do partido à presidência, Amoêdo afirmou que, apesar de alguns boatos iniciais, o técnico Bernardinho deve sair ao governo do Rio de Janeiro.

“A nível federal, não discutimos isso à exaustão. Mas eu posso ser a opção, inclusive deixei o diretório do partido para isso, cumprindo o estatuto do Novo que proíbe membros do diretório não pode se candidatar a não ser que saia com 15 meses de antecedência”, afirmou.

Em um eventual segundo turno, Amoêdo preferiu não firmar um apoio diante do cenário ainda incerto, mas reiterou que em 2014 o partido apoiou a candidatura de Aécio Neves ante a de Dilma Rousseff.

A candidatura de Bernardinho ao governo do Rio ainda não é confirmada. Em entrevista à Rede Globo, o filho de Bernardinho, o jogador Bruninho, havia mencionado que um dos motivos de o técnico ter deixado a Seleção de Vôlei foi a família, que também estaria desincentivando o técnico a entrar na política.

Com Bernardinho ou não, Amoêdo afirma que o Rio não será uma tarefa fácil para o próximo governador: o endividamento é alto, na casa dos 17,5 bilhões de reais, a maioria resultante da previdência do estado.

“Bernardinho é um líder e formador de equipe. Precisamos ser muito transparentes durante a campanha para dizer o que é preciso ser feito. A capacidade de montar uma equipe para resolver isso é o que temos que focar”.

Durante a palestra no Fórum EXAME, Amoêdo defendeu a extinção do fundo partidário, que, segundo ele, funciona como um instrumento de manutenção de partidos grandes e seus caciques. Questionado sobre como contornar o problema do fundo partidário e da troca de favores na arrecadação para campanhas, ele respondeu que o Novo busca defender o interesse do indivíduo.

“Ele é quem devem fazer doações e escolher seus partidos. Não há problema de a pessoa defender seus interesses, desde que de forma lícita e que isso não vá contra os interesses do país. Isso é legítimo. Tirar o financiamento público irá obrigar os partidos a buscar representatividade junto à população”.

Amoêdo também defendeu o corte de muitos benefícios para diminuir o inchaço do Estado brasileiro, repleto de gastos obrigatórios.

“A TLP é um avanço, pois diminui a quantidade de empréstimos subsidiados a empresas. Mas é necessário uma reforma da previdência, que está numa situação crítica. No fundo é drenar o poder do Estado, que é ineficiente, não tem bons serviços e gera déficit”.

Sob a ótica liberal, Amoêdo também falou sobre a questão de serviços do Estado e benefícios sociais. Para ele, o Estado deve continuar a garantir certos serviços, como educação básica e saúde, mas não precisa ser necessariamente o prestador — um modelo semelhante ao de vouchers, em que o governo garante o pagamento para que o usuário contrate o serviço de terceiros.

“Deve existir uma rede de proteção, como é o Bolsa Família, para a camada da população que está na miséria. Mas essa rede de proteção tem que ter como objetivo a saída dessas pessoas. O mérito é ter cada vez menos pessoas recebendo o benefício”.

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