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AmBev: conversa sobre tributação de bebidas continua

Segundo executivos, o governo sinaliza a intenção de frear o consumo de bebidas e arrecadar mais

Governo propõe taxação de 17% no preço das bebidas, enquanto o setor espera conseguir contrapartida de 6 ou 7% (EXAME.com)

Governo propõe taxação de 17% no preço das bebidas, enquanto o setor espera conseguir contrapartida de 6 ou 7% (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 22 de março de 2011 às 19h53.

São Paulo - O vice-presidente de Relações Corporativas da Ambev, Milton Seligman, afirmou hoje que as conversas com o governo sobre a questão de aumentos de tributação (PIS, Cofins e IPI) sobre bebidas frias (refrigerantes, cervejas, água mineral e chás) ainda não acabaram. "Estamos somente no campo das propostas. Como o assunto vira decreto também tem que ter o aval da presidência e vamos ver o que acontece até lá", disse o executivo. "Acredito que é possível encontrar uma alternativa melhor do que nos foi proposto", completou.

Seligman, que também é vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria do Refrigerante (Abir) e do Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja (Sindicerv), participou do encontro na última quinta-feira de representantes de empresas e associações do setor com o ministro da Fazenda, Guido Mantega. "O governo não quis aceitar nossa sugestão de não mexer na tabela de incidência dos impostos por mais um ano (a última revisão foi em janeiro de 2009)", disse.

Segundo o executivo, o governo alegou que é a hora de frear um pouco o consumo e que tem necessidade de arrecadar mais. A proposta do governo foi para um porcentual de aumento na tabela de 17%. "Esse porcentual é extremamente ruim para a economia, para o consumidor e para o setor. Acho que podemos chegar em um porcentual no qual o governo consiga arrecadar mais e nós consigamos manter os aportes, que seria por volta de 6%, 7%", declarou o vice-presidente.

O setor propôs a manutenção da tabela de incidência de impostos em troca de investimentos de R$ 7,7 bilhões neste ano, com a criação de 60 mil empregos, o que resultaria em mais de R$ 1 bilhão de arrecadação por ano aos cofres públicos. "Já estamos cientes de que alguma alteração haverá. Sabemos que teremos que reajustar preços ao consumidor. Mas, se de repente for aprovado um aumento na base cálculo dos tributos entre 6% e 7%, não vejo grande necessidade de mudar os planos de investimentos apresentados pelo setor neste ano", afirmou Seligman. Somente a Ambev prevê investimentos de até R$ 2,5 bilhões no País em 2011.

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