AM vai cassar ICMS de empresas que utilizem trabalho escravo
A restrição vale por 10 anos, e inabilita o estabelecimento para a prática de operações relativas à circulação de mercadorias e de prestação de serviços
Agência Brasil
Publicado em 17 de abril de 2017 às 19h30.
As empresas que forem flagradas utilizando trabalho forçado ou análogo ao de escravo , direta ou indiretamente, no Amazonas, terão a inscrição cassada no cadastro do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
A medida está prevista em uma lei estadual que entrou em vigor este mês.
A restrição cadastral vai valer por 10 anos e inabilita o estabelecimento para a prática de operações relativas à circulação de mercadorias e de prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação.
A lei estabelece que as empresas ficam impedidas "de exercer o mesmo ramo de atividade, mesmo que em estabelecimento distinto daquele, e de entrar com pedido de inscrição de nova empresa, no mesmo ramo de atividade".
O projeto que deu origem à lei é de autoria do deputado estadual Luiz Castro (Rede) e foi aprovado na Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas no dia 22 de março.
Na ocasião, o parlamentar argumentou que, "embora existam poucas denúncias de trabalho escravo ou análogo à escravidão no estado, em algumas regiões como o Alto Rio Negro a produção de piaçava emprega trabalhadores nessas condições".
Em 2014, por exemplo, no município de Barcelos, 13 homens foram encontrados no meio da floresta em situação degradante trabalhando na extração e beneficiamento da piaçava, uma espécie de palmeira que produz uma fibra muito utilizada na fabricação de vassouras.
De acordo com dados do Ministério Público do Trabalho, entre 2010 e 2016, houve 200 autuações relacionadas a trabalho escravo no Amazonas.
No mesmo período, foram assinados 45 termos de ajuste de conduta com empregadores.