Álvaro Dias e Flávio Rocha negociam aliança e admitem coalizão mais ampla
Declarações ocorrem após o presidente Temer e Geraldo Alckmin abrirem um canal de diálogo para uma possível aliança entre MDB e PSDB
Estadão Conteúdo
Publicado em 7 de maio de 2018 às 17h55.
São Paulo - O senador Álvaro Dias (Pode-PR) e o empresário Flávio Rocha (PRB), pré-candidatos à Presidência da República, negociam uma aliança nas eleições de outubro. Os dois visitaram juntos a Apas Show, feira da Associação Paulista de Supermercados, em São Paulo.
Ambos defenderam ainda alianças para as eleições de outubro diante de um quadro fragmentado de pré-candidatos. Enquanto Álvaro Dias defendeu uma união de candidatos fora do quadro MDB - PSDB , Flávio Rocha diz ser favorável a uma aliança "de Alckmin a Meirelles". Os dois admitiram ainda a possibilidade de abrir mão da cabeça de chapa em favor de uma união.
"Eu não sei se há possibilidade, há desejo. Gostaria que se estabelecesse convergência", disse à reportagem o senador Álvaro Dias, quando questionado sobre as conversas com Flávio Rocha.
Os dois posaram para fotos juntos e andaram por estandes da feira lado a lado. No domingo, o empresário participou de um encontro com lideranças políticas do Podemos e já havia se reunido em outro momento com o senador paranaense.
Dias, por sua vez, disse que Rocha tem uma "grande experiência empresarial" que pode ser útil na atividade pública. "Se nós pudermos reduzir o número de candidatos, vamos qualificar melhor o debate", disse o senador.
Ele reforçou a defesa por uma aliança que "rompa com o sistema atual" e afastou a intenção de ter na negociação o PSDB, que lançou o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin como pré-candidato. "O PSDB representa um sustentáculo desse sistema que eu combato", declarou Dias.
O senador revelou que o Podemos já conversava com o PRB antes de Flávio Rocha se apresentar na disputa. Ele ainda falou que é possível agregar outros partidos, sem citar quais. "Certamente até a convenção alguns nomes não serão mais postulantes", citou.
Para o senador, o critério de definição da cabeça de chapa deve ser em torno da intenção de voto e do índice de rejeição registrados em sondagens eleitorais. "Abro mão [da cabeça de chapa] se eu alguém tiver bem posicionado e assumindo essa proposta de refundação da República. Se eu admito a hipótese de conversar, eu não posso chegar impondo meu nome."
No mesmo evento, cerca de 15 minutos antes de se encontrar com Álvaro Dias, Flávio Rocha também confirmou a negociação com o Podemos. Ele defende, no entanto, uma aliança "mais ampla possível", citando o DEM, o Podemos, o MDB, o PSDB e o PSC.
"Eu topo essa união do centro", declarou em entrevista a jornalistas, destacando que o cabeça de chapa deve ser escolhido conforme o nome que estiver melhor colocado nas pesquisas durante o período das convenções partidárias, entre final de julho e início de agosto.
"Eu estimulo esta solução porque acredito, pelo andar da carruagem, [que] nós temos o maior espaço para crescer. Assumido esse compromisso, eu aceitaria até a remota possibilidade de um resultado adverso que me tirasse da cabeça de chapa."
As declarações de Dias e Rocha ocorrem após o presidente Michel Temer e ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) abrirem um canal de diálogo para uma possível aliança entre MDB e PSDB na corrida presidencial.