Alta do PIB poderá ter impacto sobre inflação de 2011
De acordo com especialistas, o IPCA deverá sentir pressão de alta a partir de 2011
Da Redação
Publicado em 6 de setembro de 2010 às 16h36.
São Paulo - A elevação da previsão de crescimento da economia brasileira em 2010, divulgada nesta segunda-feira pela pesquisa Focus (elaborada pelo Banco Central), não surpreendeu o mercado. A taxa de evolução do Produto Interno Bruto (PIB) passou de 7,09% para 7,34%, segundo cálculos dos analistas ouvidos no último relatório.
A mudança é decorrente da aceleração econômica registrada no segundo trimestre. "O resultado do PIB nesse período superou as expectativas anteriores. Desde então, já se esperava que os números de setembro seriam superiores", afirma Bernardo Wjuniski, economista da Tendências Consultoria.
O PIB do segundo trimestre, divulgado na sexta-feira, apresentou alta de 1,2% e foi puxado, sobretudo, pela indústria, que cresceu 1,9%. "Esse resultado, sim, foi surpreendente", diz Wjuniski. De acordo com a metodologia de pesquisa do Banco Central, quando o número real do PIB supera as expectativas, ele automaticamente altera as previsões seguintes.
Em contrapartida, o relatório mostrou que o mercado manteve em 5,07% o prognóstico de inflação para este ano medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Portanto, segundo Wjuniski, a aceleração econômica atual não deverá impactar a inflação de 2010.
Contudo, o IPCA deverá sentir pressão de alta a partir de 2011. "Se o crescimento se mantiver estável até o final do ano, o índice inflacionário já ficará automaticamente acima da meta", diz o economista.
Segundo os analistas consultados pelo BC, para 2011, a previsão para o IPCA caiu levemente a 4,85%, ante 4,87% na semana anterior. Ainda assim, se encontra ainda acima do centro da meta, que é de 4,5% ao ano.
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