Aliados no PSDB reagem a ação para destituir Aécio
Presidente licenciado da legenda, o mineiro avisou que não pretende renunciar; aliados buscam postergar a troca de comando do PSD para que ele se mantenha
Estadão Conteúdo
Publicado em 24 de junho de 2017 às 11h20.
Última atualização em 24 de junho de 2017 às 11h22.
Brasília - Com nove inquéritos em tramitação no Supremo Tribunal Federal (STF), o senador Aécio Neves (PSDB-MG) ainda tenta resistir a um processo de renovação da Executiva nacional de seu partido.
Presidente licenciado da legenda, o mineiro já avisou que não pretende renunciar, e seus aliados também buscam postergar a troca de comando na direção partidária para que ele se mantenha no cargo.
"O Tasso (Jereissati) tem a confiança de todo o partido. Interino ou não, a autoridade dele é a mesma. Não sei por que querem colocar isso (eleição de uma nova Executiva) como prioridade neste momento, não há razão. É uma forma indireta de querer ficar provocando o senador Aécio Neves", disse o presidente estadual do PSDB em Minas, deputado Domingos Sávio, um dos principais aliados do senador afastado.
O Estado/Broadcast apurou que a resistência mineira foi o fator responsável pelo adiamento da última reunião da Executiva, que ocorreria na quarta-feira. O encontro serviria justamente para que os tucanos sacramentassem uma antecipação da convenção nacional do partido, com o objetivo de eleger o presidente interino e senador Tasso Jeiressati (CE) de forma definitiva.
O que tem causado discórdia, no entanto, é a proposta de renovação de toda a composição da Executiva, e não apenas de seu presidente. Isso porque estão muito avançadas as articulações para que essa convenção ocorra entre agosto e setembro deste ano, em vez de maio de 2018, como estava inicialmente prevista antes da delação da JBS.
O grupo político do governador Geraldo Alckmin (SP) apresentou uma proposta para que a Executiva ganhe representantes dos governadores e prefeitos do partido. O que está por trás disso é uma tentativa do tucano de ampliar sua influência.
O prefeito de São Paulo, João Doria, também concorda com a renovação antecipada e ampliada para todas as instâncias partidárias. "Considero a ideia correta e democrática. A Executiva do partido deve reproduzir sua força legislativa e executiva", disse ao Estado. O representante dos prefeitos seria Doria e dos governadores, Marconi Perilo (GO), também aliado de Alckmin.