Brasil

Aliados competem pelo apoio de Bolsonaro e Lula para concorrer ao Senado

Em alguns dos principais colégios eleitorais, como Rio, São Paulo e Minas, há duas ou mais pré-candidaturas disputando a preferência dos presidenciáveis

Bolsonaro e Lula: pré-candidatos ao Senado competem pelo apoio dos presidenciáveis (Foto Bolsonaro: Bloomberg / Foto Lula: Europa Press News/Getty Images)

Bolsonaro e Lula: pré-candidatos ao Senado competem pelo apoio dos presidenciáveis (Foto Bolsonaro: Bloomberg / Foto Lula: Europa Press News/Getty Images)

AO

Agência O Globo

Publicado em 10 de abril de 2022 às 10h29.

BRASÍLIA — Apontada em diferentes momentos como prioridade nos estados tanto pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quanto pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), a eleição de senadores já desperta rivalidade dentro dos campos lulista e bolsonarista. Em alguns dos principais colégios eleitorais, como Rio, São Paulo e Minas Gerais, há duas ou mais pré-candidaturas de cada campo disputando a preferência dos dois presidenciáveis.

Assine a EXAME e fique por dentro das principais notícias que afetam o seu bolso. Tudo por menos de R$ 0,37/dia

Na dianteira das pesquisas, Lula e Bolsonaro têm dedicado atenção à corrida ao Senado na tentativa de reforçarem suas bancadas no Congresso, de olho em garantir governabilidade em eventuais mandatos. Na atual legislatura, a Casa atuou em diversos momentos como uma espécie de “trava” a projetos aprovados na Câmara sob a presidência de Arthur Lira (PP-AL), aliado de Bolsonaro, e investigou a atuação do presidente na pandemia por meio da CPI da Covid.

Em São Paulo, o ex-presidente da Fiesp Paulo Skaf se filiou ao Republicanos com o objetivo de concorrer ao Senado na chapa do ex-ministro Tarcísio Gomes de Freitas, da mesma sigla. Tarcísio concorrerá ao governo com apoio de Bolsonaro, de quem Skaf se aproximou na eleição de 2018. Seu concorrente é o apresentador José Luiz Datena, que trocou o União Brasil pelo PSC para se aliar a Tarcísio.

Concorrência fora do PL

Em Minas, onde o PL lançará o senador Carlos Viana ao governo, há concorrência dentro e fora do partido pela vaga ao Senado. O ex-ministro Marcelo Álvaro Antônio (PL), próximo a Bolsonaro, chegou a se apresentar para a vaga, mas os deputados Junio Amaral e Lincoln Portela também podem se viabilizar pela sigla. Outro nome na disputa é o deputado estadual Cleitinho Azevedo (PSC). Com perfil antipolítica, ele rejeita alianças, mas é tido como nome que atrai o voto bolsonarista e já recebeu demonstrações de apoio de nomes ligados ao presidente, como o ex-jogador de vôlei Maurício Souza (PL), que deve concorrer a deputado federal.

— Não preciso do apoio da classe política. Sempre caminhei sozinho — diz Cleitinho.

O PL, de Bolsonaro, tem nove senadores atualmente; e o PT, sete. Romário, um dos dois do PL que encerram o mandato, costurou o apoio do presidente nacional da sigla, Valdemar Costa Neto, para concorrer à reeleição na chapa do governador do Rio, Cláudio Castro (PL). Outro senador nesta situação é Wellington Fagundes, que disputa com o deputado federal Neri Geller (PP) a preferência do governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União), aliado de Bolsonaro.

No Rio, Castro já cogitou ceder a vaga de Romário a algum partido de sua base. Mesmo com a garantia da cúpula do PL, Romário pode enfrentar a concorrência de nomes como a deputada federal Clarissa Garotinho (União) e o ex-prefeito de Duque de Caxias, Washington Reis (MDB), que tentam se viabilizar por meio do apoio direto de Bolsonaro.

Clarissa, filha do ex-governador Anthony Garotinho (União), que tem se apresentado como pré-candidato ao Guanabara, afirma que sua articulação ao Senado independe do movimento do pai:

— O presidente tem hoje meio palanque no Rio. Não vejo problema em ter dois palanques, assim como está sendo falado em outros estados, como Minas e no Sul. Bolsonaro não perde nada com isso. Pelo contrário: amplia seu espaço.

Em janeiro, Bolsonaro visitou Campos dos Goytacazes, reduto da família Garotinho, e posou ao lado de Clarissa. Romário, por sua vez, acompanhou o presidente no evento de filiação de parlamentares ao PL, em março, em Brasília. Reis convidou Bolsonaro, no último mês, para visitar uma escola da Polícia Militar e participar da entrega de aparelhos auditivos em Duque de Caxias, mas o presidente não foi.

No campo alinhado a Lula, a disputa fica entre o presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), André Ceciliano (PT), e o deputado federal Alessandro Molon (PSB). Embora Lula tenha manifestado apoio a Ceciliano, Molon mantém uma agenda de postulante ao Senado.

Há disputa também por espaço na mesma chapa em Pernambuco, onde Lula articulou a retirada da pré-candidatura do senador Humberto Costa ao governo para apoiar Danilo Cabral (PSB), correligionário do atual governador Paulo Câmara (PSB). Partidos como o Republicanos, do deputado federal Silvio Costa Filho, e o PSD, do também deputado André de Paula, pleiteavam a vaga ao Senado.

Apesar do consenso entre aliados do governo pernambucano sobre a preferência petista pela vaga, a articulação também passa pelas cúpulas nacionais dos partidos.

Acompanhe tudo sobre:Eleições 2022Jair BolsonaroLuiz Inácio Lula da SilvaSenado

Mais de Brasil

Acidente com ônibus escolar deixa 17 mortos em Alagoas

Dino determina que Prefeitura de SP cobre serviço funerário com valores de antes da privatização

Incêndio atinge trem da Linha 9-Esmeralda neste domingo; veja vídeo

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP