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7 pecados e pecadilhos de Ricardo Teixeira

Lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e cobrança de propina estão entre os tropeços do ex-dirigente do futebol brasileiro

Teixeira deixa a CBF depois de duas décadas à frente da entidade; o vice-presidente José Maria Marin assume o comando (Nacho Doce/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 13 de março de 2012 às 07h20.

São Paulo – A Confederação Brasileira de Futebol ( CBF ) anunciou hoje a renúncia de seu presidente, Ricardo Teixeira. O cartola indicou o vice-presidente da entidade, José Maria Marin, como seu substituto. Marin já ocupava o cargo desde a semana passada, quando Teixeira pediu afastamento do cargo por motivos de saúde.

Teixeira, o 18º presidente da CBF, assumiu o cargo em 1989. Ele foi o presidente que mais tempo ficou à frente da instituição em toda sua história. Seu quinto mandato consecutivo deveria ter chegado ao fim em 2007, mas foi prorrogado até a realização da Copa do Mundo de 2014, no Brasil.

O dirigente do futebol brasileiro deixa cargo após décadas driblando uma série de acusações e investigações sobre seu envolvimento em escândalos de corrupção - algumas delas bastante recentes. Sua imagem, há tempos já estava bastante desgastada na CBF, na FIFA, e principalmente frente à opinião pública.

Lavagem de dinheiro, sonegação fiscal, cobrança de propina e desvio de verba pública são alguns dos pecados no caminho de Teixeira, e estão entre as razões pelas quais ele foi investigado pelo Ministério Público, a Polícia Federal, e uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). Relembre pecados e pecadilhos do ex-líder da CBF.

Investigação

Uma Comissão Parlamentar de Inquérito aberta em 2001 para investigar casos de corrupção no futebol apontou irregularidades em negócios envolvendo Ricardo Teixeira e a Nike, marca de material esportivo patrocinadora oficial da Seleção Brasileira. A CPI entregou ao Ministério Público Federal 13 denúncias contra Teixeira, incluindo lavagem de dinheiro e evasão fiscal. Todas elas foram descartadas. À época, a Nike afirmou que seu contrato com a CBF era totalmente legal.


Denúncias

O programa Panorama, da rede de televisão britânica BBC, levou ao ar uma série de denúncias contra Ricardo Teixeira, João Havelange (ex-presidente da FIFA), a CBF e a FIFA em maio de 2011. Dentre elas, a de que Teixeira e Havelange teriam recebido propina e negociado a devolução do dinheiro para encerrar as investigações.

Ainda de acordo com o programa, Ricardo Teixeira pediu dinheiro a David Triesman, responsável pela candidatura da Inglaterra para sediar a Copa em 2018, para dar seu voto aos britânicos. A FIFA inocentou o presidente da CBF das acusações.

Falastrão

Ricardo Teixeira deu uma entrevista polêmica à revista Piauí em julho do ano passado. Nela, usou ironia e até palavras de baixo calão para dizer que não ligava para as denúncias de corrupção da BBC. Ele afirmou ainda que iria deliberadamente boicotar durante a Copa de 2014 os veículos de imprensa que o acusaram, negando credenciais, acessos e direitos de cobertura.

Muamba

A seleção brasileira venceu a Copa do Mundo de 1994, nos Estados Unidos e, para comemorar, foi às compras. Entretanto, de acordo com um processo que tramita em segunda instância no Tribunal Regional Federal da 2ª Região, parece ter havido certo exagero. A seleção embarcou para os EUA antes da Copa com cerca de duas toneladas de bagagens.

Na volta, entretanto, os aviões da delegação trouxeram 17 toneladas de bagagem que não foram inspecionadas na alfândega - e portanto, nãohouve cobrança de tributos sobre as mercadorias. Á época, a suspeita era que o mandatário da CBF havia trazido nos aviões equipamentos para sua choperia, El Turf.


Em 2009, Teixeira foi condenado em primeira instância a ter seus direitos políticos suspensos pelo prejuízo que causou aos cofres públicos no que ficou conhecido como "voo da muamba", mas recorreu da sentença.

Amistoso

Denúncias feitas pelo jornal Folha de S. Paulo ligam Ricardo Teixeira a outro esquema ilegal de desvio de dinheiro. Segundo as reportagens, o presidente da CBF teria recebido cheques mensais de 10 mil reais pagos pela empresa Alianto Marketing, empresa investigada pela Justiça Federal por um suposto desvio de 8,5 milhões de reais em dinheiro público na organização de um amistoso entre Brasil e Portugal, em 2008.

De acordo com a reportagem, o dirigente teria firmado um contrato de arrendamento de terras com a empresa quatro meses após a organização do evento, no valor total de 600 mil reais – já que os pagamentos mensais de 10 mil reais seriam válidos por cinco anos. Os cheques teriam sido encontrados durante uma operação de busca e apreensão no apartamento de Vanessa Precht, sócia da Ailanto.

A filha

Nem a filha de Ricardo Teixeira, Antônia, de 11 anos, escapou das denúncias envolvendo o pai. Segundo o jornalista Juca Kfouri reportou em seu blog, a adolescente recebeu um depósito no valor de 3,8 milhões de reais em sua conta, em junho do ano passado. O dinheiro foi pago por Sandro Rosell, sócio da Alianto Marketing, empresa envolvida no escândalo do amistoso entre Brasil e Portugal.

O tio também

Outra confusão envolvendo a família do mandatário do futebol foi reportada pela Folha na semana passada. O jornal publicou uma reportagem que alega que Marco Antonio Teixeira, tio de Ricardo, recebia um salário de 1 milhão de reais ao ano da CBF, apesar de exercer função meramente “decorativa” na instituição há cinco anos. Funcionário do órgão desde 1989, Marco Antonio foi demitido no início deste mês e a Folha teve acesso à sua rescisão.

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Teixeira, o 18º presidente da CBF, assumiu o cargo em 1989. Ele foi o presidente que mais tempo ficou à frente da instituição em toda sua história. Seu quinto mandato consecutivo deveria ter chegado ao fim em 2007, mas foi prorrogado até a realização da Copa do Mundo de 2014, no Brasil.

O dirigente do futebol brasileiro deixa cargo após décadas driblando uma série de acusações e investigações sobre seu envolvimento em escândalos de corrupção - algumas delas bastante recentes. Sua imagem, há tempos já estava bastante desgastada na CBF, na FIFA, e principalmente frente à opinião pública.

Lavagem de dinheiro, sonegação fiscal, cobrança de propina e desvio de verba pública são alguns dos pecados no caminho de Teixeira, e estão entre as razões pelas quais ele foi investigado pelo Ministério Público, a Polícia Federal, e uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). Relembre pecados e pecadilhos do ex-líder da CBF.

Investigação

Uma Comissão Parlamentar de Inquérito aberta em 2001 para investigar casos de corrupção no futebol apontou irregularidades em negócios envolvendo Ricardo Teixeira e a Nike, marca de material esportivo patrocinadora oficial da Seleção Brasileira. A CPI entregou ao Ministério Público Federal 13 denúncias contra Teixeira, incluindo lavagem de dinheiro e evasão fiscal. Todas elas foram descartadas. À época, a Nike afirmou que seu contrato com a CBF era totalmente legal.


Denúncias

O programa Panorama, da rede de televisão britânica BBC, levou ao ar uma série de denúncias contra Ricardo Teixeira, João Havelange (ex-presidente da FIFA), a CBF e a FIFA em maio de 2011. Dentre elas, a de que Teixeira e Havelange teriam recebido propina e negociado a devolução do dinheiro para encerrar as investigações.

Ainda de acordo com o programa, Ricardo Teixeira pediu dinheiro a David Triesman, responsável pela candidatura da Inglaterra para sediar a Copa em 2018, para dar seu voto aos britânicos. A FIFA inocentou o presidente da CBF das acusações.

Falastrão

Ricardo Teixeira deu uma entrevista polêmica à revista Piauí em julho do ano passado. Nela, usou ironia e até palavras de baixo calão para dizer que não ligava para as denúncias de corrupção da BBC. Ele afirmou ainda que iria deliberadamente boicotar durante a Copa de 2014 os veículos de imprensa que o acusaram, negando credenciais, acessos e direitos de cobertura.

Muamba

A seleção brasileira venceu a Copa do Mundo de 1994, nos Estados Unidos e, para comemorar, foi às compras. Entretanto, de acordo com um processo que tramita em segunda instância no Tribunal Regional Federal da 2ª Região, parece ter havido certo exagero. A seleção embarcou para os EUA antes da Copa com cerca de duas toneladas de bagagens.

Na volta, entretanto, os aviões da delegação trouxeram 17 toneladas de bagagem que não foram inspecionadas na alfândega - e portanto, nãohouve cobrança de tributos sobre as mercadorias. Á época, a suspeita era que o mandatário da CBF havia trazido nos aviões equipamentos para sua choperia, El Turf.


Em 2009, Teixeira foi condenado em primeira instância a ter seus direitos políticos suspensos pelo prejuízo que causou aos cofres públicos no que ficou conhecido como "voo da muamba", mas recorreu da sentença.

Amistoso

Denúncias feitas pelo jornal Folha de S. Paulo ligam Ricardo Teixeira a outro esquema ilegal de desvio de dinheiro. Segundo as reportagens, o presidente da CBF teria recebido cheques mensais de 10 mil reais pagos pela empresa Alianto Marketing, empresa investigada pela Justiça Federal por um suposto desvio de 8,5 milhões de reais em dinheiro público na organização de um amistoso entre Brasil e Portugal, em 2008.

De acordo com a reportagem, o dirigente teria firmado um contrato de arrendamento de terras com a empresa quatro meses após a organização do evento, no valor total de 600 mil reais – já que os pagamentos mensais de 10 mil reais seriam válidos por cinco anos. Os cheques teriam sido encontrados durante uma operação de busca e apreensão no apartamento de Vanessa Precht, sócia da Ailanto.

A filha

Nem a filha de Ricardo Teixeira, Antônia, de 11 anos, escapou das denúncias envolvendo o pai. Segundo o jornalista Juca Kfouri reportou em seu blog, a adolescente recebeu um depósito no valor de 3,8 milhões de reais em sua conta, em junho do ano passado. O dinheiro foi pago por Sandro Rosell, sócio da Alianto Marketing, empresa envolvida no escândalo do amistoso entre Brasil e Portugal.

O tio também

Outra confusão envolvendo a família do mandatário do futebol foi reportada pela Folha na semana passada. O jornal publicou uma reportagem que alega que Marco Antonio Teixeira, tio de Ricardo, recebia um salário de 1 milhão de reais ao ano da CBF, apesar de exercer função meramente “decorativa” na instituição há cinco anos. Funcionário do órgão desde 1989, Marco Antonio foi demitido no início deste mês e a Folha teve acesso à sua rescisão.

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