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Alexandre Frota é expulso do PSL após críticas a colegas e Bolsonaro

O deputado vinha fazendo críticas duras ao governo e aos seus correligionários e se absteve na votação de 2º turno da reforma da Previdência

Alexandre Frota: das novelas da televisão para a novela do Congresso (Valter Campanato/Agência Brasil)

João Pedro Caleiro

Publicado em 13 de agosto de 2019 às 12h22.

Última atualização em 13 de agosto de 2019 às 18h44.

São Paulo — O Partido Social Liberal ( PSL ), legenda do presidente Jair Bolsonaro, decidiu nesta terça-feira (13) pela expulsão do deputado federal Alexandre Frota .

A decisão foi tomada pela Executiva do partido, por unanimidade (oito votos a zero), com base em um pedido feito pela deputada Carla Zambelli (SP).

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Oficialmente, a executiva nacional do PSL justificou a saída afirmando que Frota demonstrou "infidelidade" ao atacar o governo e colegas de bancada nos últimos meses.

Frota estava insatisfeito com o veto do Palácio do Planalto a indicações dele para cargos na Agência Nacional de Cinema (Ancine) e a perda de poder do diretório municipal de Cotia, região metropolitana da capital paulista.

Um dos deputados mais atuantes por uma reforma da Previdência, Frota foi criticado, sobretudo, por se abster na votação do 2º turno na Câmara, o que foi considerado uma "traição" à legenda. A proposta foi aprovada por 370 votos a favor, 124 contra e uma abstenção, a do parlamentar.

A decisão de hoje expõe um racha dentro do diretório estadual da sigla em São Paulo, que hoje é comandado pelo filho do presidente, deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).

Nas últimas semanas, a situação de Frota piorou após ele afirmar que o Bolsonaro é a sua "maior decepção" e que a indicação de Eduardo para a embaixada brasileira em Washington representa a "velha política".

Na semana passada, Frota compartilhou uma reportagem crítica ao presidente e seus filhos que relatava os laços familiares de empregados nomeados por eles desde 1991.

No mesmo dia, atacou a deputada Carla Zambelli (PSL-SP) por uma postagem dela, criticando-o pela aproximação com o governador de São Paulo, João Doria, do PSDB.

Briga interna

Os controles dos diretórios municipais no Estado viraram uma disputa entre o grupo político do senador Major Olímpio (PSL-SP) e parte dos parlamentares não ligados à bancada militar, como Junior Bozella e o próprio Frota.

Olímpio articulou o processo de expulsão endossando o pedido feito por Zambelli e subscrito pelos também deputados Caroline di Toni (SC), Bia Kicis (DF) e por Luiz Philippe de Orleans e Bragança (SP).

Frota afirmou publicamente que o senador instalou uma "milícia de ex-PMs" no PSL. Irritado, Olímpio pediu a sua expulsão. Os dois brigavam por espaço na estrutura do partido.

Perfil

Frota se tornou famoso como ator de novelas nas décadas de 80 e 90, tendo participado posteriormente também de reality shows e filmes pornográficos.

Sua atuação política se fortaleceu com a presença constante em manifestações pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.

Ele concorreu ano passado pela primeira vez a um cargo público e teve 155 mil votos, tendo sido o terceiro mais votado da sigla no estado de São Paulo.

No sábado, Frota desativou seus perfis nas redes sociais, o que foi vista como uma "prevenção" aos ataques que poderá vir a sofrer com a expulsão. Ele tinha 1,1 milhão de seguidores no Facebook e 170 mil no Twitter.

Em uma entrevista em julho, Frota disse que já havia sido convidado para se filiar ao DEM por Rodrigo Maia e ao PSDB por João Doria.

Acompanhe tudo sobre:Alexandre FrotaCongressoPSL – Partido Social Liberal

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