Alesp lança frente contra o contrabando
A Associação Brasileira de Combate à Falsificação estima que o estado acumule perdas de arrecadação de mais de R$ 3,5 bilhões por ano devido ao contrabando
Agência Brasil
Publicado em 29 de junho de 2017 às 20h14.
Foi lançada hoje (29) na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) uma frente parlamentar contra o contrabando .
Os deputados estaduais pretendem fazer propostas de legislação para enfrentar o crime e cobrar do governo estadual medidas para coibir o comércio ilegal.
Segundo o coordenador da frente, deputado Jorge Caruso (PMDB), uma das primeiras propostas do grupo deve ser a apresentação de projeto para estabelecer o dia 3 de agosto como Dia Estadual de Combate ao Contrabando. Para o parlamentar, somente ações de repressão não são suficientes para conter o problema.
"Com a integração da polícia, do setor privado e do Poder Público e, ainda, a conscientização de que não é aumentando imposto que se resolve o problema, teremos diretrizes para mudar a legislação vigente. E ainda propor campanhas educativas", disse o coordenador, durante a cerimônia de instalação da frente. Na ocasião, foram feitas críticas à carga excessiva de tributos que incidem sobre o fumo.
A Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF) estima que o estado acumule perdas de arrecadação de mais de R$ 3,5 bilhões por ano devido ao contrabando.
Desse montante, a maior parte é de tributos não arrecadados sobre a venda de cigarros - R$ 2 bilhões, segundo com o diretor da entidade Rodolpho Ramazzini,.
De acordo com Ramazzini, a expectativa das 60 empresas que compõe a associação é de que haja um aumento das ações de fiscalização, em especial no ramo do tabaco, para enfrentar a entrada de produtos ilegais.
"Ou seja, que as vigilâncias sanitárias a polícia estadual, façam um combate mais efetivo em cima do contrabando. Que isso possa ser coibido de maneira que a indústria brasileira possa voltar a crescer e gerar emprego e riqueza para o país", disse.
Em todo o país, a associação estima que as perdas do setor de cigarros com o contrabando cheguem a R$ 5 bilhões.
O ramo das autopeças perde, segundo a entidade, R$ 3 bilhões e o de combustíveis R$ 2,5 bilhões.
Prisão
Durante a cerimônia de instalação da frente, os parlamentares lembraram a prisão de Roberto Eleutério da Silva, conhecido como Lobão, suspeito de ser um dos principais contrabandistas de cigarro do Brasil.
A prisão faz parte da Operação Revanche, que descobriu que a organização comercializava 800 mil maços de cigarros por dia, vindos do Paraguai.
As investigações revelam a existência de estrutura criminosa em que Lobão era o responsável pela logística do contrabando dos cigarros paraguaios.
A carga era guardada em depósitos no centro de São Paulo para ser posteriormente revendida em estabelecimentos e feiras de todo o estado. De acordo com a polícia, a movimentação financeira chegava a R$ 22 milhões por mês.