Alckmin evita comentar artigo publicado de FHC sobre Temer
O texto pede para que o peemedebista reduza o próprio mandato e comande uma reforma política que elimine o instrumento da reeleição
Estadão Conteúdo
Publicado em 26 de junho de 2017 às 18h53.
São Paulo - O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), evitou na tarde desta segunda-feira, 26, a responder o que pensa sobre o artigo publicado hoje em que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB-SP) apelou ao presidente Michel Temer (PMDB-SP) para que recorra à legitimidade que só um presidente da República tem para reduzir o próprio mandato.
FHC também sugeriu a Temer comandar uma reforma política que elimine o instrumento da reeleição e que eleve de quatro para cinco anos o mandato presidencial.
"Tem que perguntar ao presidente Temer", disse o governador.
Ele preferiu repetir um velho discurso que vem fazendo há algum tempo em prol de uma reforma política que estabeleça no País o regime de voto distrital misto.
"Olha, eu não sou favorável à reeleição. Acho que seria melhor ter um mandato de cinco anos sem reeleição. Eu acho que esta é uma questão para ser discutida na reforma política", disse.
Alckmin disse que defende para a reforma que precisa ser votada até setembro a proibição de coligação proporcional. Para ele, cada partido deve construir os votos e atingir seu quociente eleitoral.
"Isso já reduziria muito o número de partidos políticos. Depois, cláusula de desempenho. Nós não podemos ter 35 partidos e outros 35 sendo triados. Não tem 70 ideologias no Brasil", avaliou o governador, acrescentando que são partidos criados para buscar dinheiro público no Fundo Partidário.
O governador também voltou a defender que se torne a campanha eleitoral mais barata. De acordo com ele, o mais caro de uma campanha é o horário eleitoral na televisão.
Para isso, ele defende o fim de cenas externas e que as gravações sejam feitas em estúdios com apenas um microfone e uma mesa.
"O custo cai lá para baixo, a campanha fica muito mais verdadeira e terá menos marketing. Depois o voto distrital ou distrital misto. Não tem sentido você ir buscar voto em 645 municípios como é hoje aqui no Estado de São Paulo", disse o governador.