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Alckmin diz estar em processo de "aproximações sucessivas" com o centro

Ele se encontrou com dirigentes do DEM, negou que PSDB esteja correndo atrás do MDB e afirmou não ter dúvidas de que estará no segundo turno

Geraldo Alckmin: "As coisas estão caminhando bem" (Geraldo Alckmin/Facebook/Divulgação)

Geraldo Alckmin: "As coisas estão caminhando bem" (Geraldo Alckmin/Facebook/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 20 de junho de 2018 às 16h20.

Brasília - O pré-candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, disse nesta quarta-feira, 20, que está em um processo de "aproximações sucessivas" com o chamado "centro político" e citou o DEM na lista dos partidos que pretende conquistar.

Alckmin tomou café da manhã com dirigentes do DEM, negou que o PSDB esteja correndo atrás do MDB do presidente Michel Temer e afirmou não ter dúvidas de que estará no segundo turno da disputa ao Palácio do Planalto, embora ainda esteja estagnado nas pesquisas, com índices variando de 6% a 7% das intenções de voto.

O café com tapioca ocorreu no apartamento do deputado Mendonça Filho (DEM-PE), que já chegou a ser cotado para vice de Alckmin, e contou com a presença do prefeito de Salvador, ACM Neto, presidente do DEM, e do líder do partido na Câmara, Rodrigo Garcia (SP).

Horas antes, ACM Neto jantou com o presidenciável do PDT, Ciro Gomes, ao lado do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e de representantes do PP, Solidariedade e PRB em uma conversa que terminou na madrugada desta quarta.

A reportagem apurou que a conversa com Ciro animou mais o DEM, embora haja resistências internas à candidatura do ex-ministro. A portas fechadas, integrantes do DEM admitem não ter gostado da escolha do ex-governador de Goiás Marconi Perillo (PSDB) para ser o coordenador político da campanha de Alckmin. Motivo: Perillo é ferrenho adversário do senador Ronaldo Caiado (GO), pré-candidato do DEM ao governo de Goiás.

"As coisas estão caminhando bem. É um processo de aproximações sucessivas", amenizou Alckmin, ao chegar para um almoço no gabinete do senador Tasso Jereissati (CE). Até agora, o tucano conta com o aval do PTB, PV, PSD e PPS. Mesmo assim, há no PPS quem pregue negociações com a presidenciável da Rede, Marina Silva.

Na tentativa de obter o apoio do DEM, o ex-governador de São Paulo não poupou elogios a Rodrigo Maia, que já avisou a interlocutores a intenção de retirar sua pré-candidatura ao Planalto, no fim de julho, para avalizar um nome com mais chances.

"Nós respeitamos Rodrigo Maia, um dos melhores quadros da política brasileira, uma grande liderança jovem e com espírito público", afirmou Alckmin nesta quarta. Em São Paulo, o DEM fez dobradinha com o PSDB e apoia a candidatura do ex-prefeito João Doria ao Palácio dos Bandeirantes. Pelo acordo, o deputado Rodrigo Garcia deverá ser vice de Doria.

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo publicada no mês passado, Maia disse que a união entre o DEM e o PSDB estava perto do fim porque enfrentava muito desgaste. Na ocasião, negou que fosse jogar a toalha para se aliar a Alckmin. "Desistir em nome de quê? De uma derrota?", perguntou ele na entrevista.

Embora Alckmin diga que o PSDB não está atrás do MDB de Temer, setores dos dois partidos retomaram as conversas. Perillo também procurou o presidente do MDB, senador Romero Jucá (RR), e tenta agendar um encontro para a próxima semana.

O problema é que o PSDB não aceita uma negociação envolvendo o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles, pré-candidato do MDB, hoje com 1% das intenções de voto. O movimento dos tucanos irritou tanto o DEM quanto o Palácio do Planalto.

Auxiliares de Temer disseram que a contrariedade do presidente com Alckmin só aumenta. O mais recente episódio que provocou mal-estar foi a entrevista dada pelo ex-governador ao Estado, na qual ele disse que o governo Temer "padece de uma questão de legitimidade".

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