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Alckmin anuncia saída de secretário de Segurança

O estado de São Paulo vive uma onda de violência, com aumento do número de homicídios de civis e policiais


	O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin: dentre as ações propostas pela parceria, está o chamado “asfixiamento financeiro” das organizações criminosas
 (Agência Brasil)

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin: dentre as ações propostas pela parceria, está o chamado “asfixiamento financeiro” das organizações criminosas (Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 21 de novembro de 2012 às 12h20.

São Paulo - O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, anunciou hoje (21) que o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Antonio Ferreira Pinto, colocou seu cargo à disposição e que o novo secretário, Fernando Grela, deve tomar posse amanhã (22). O anúncio foi feito durante evento da Semana Estadual de Combate à Dengue, na zona Norte da capital paulista.

“O doutor Fernando Grella foi duas vezes procurador-geral de Justiça do estado de São Paulo, é presidente do Conselho dos Procuradores do Ministério Público e tem quase 30 anos de experiência. O governo inteiro vai se empenhar para garantir a segurança em São Paulo, proteger a população e combater o crime, seja ele organizado ou não ”, disse.

O estado de São Paulo vive uma onda de violência, com aumento do número de homicídios de civis e policiais. Só no último final de semana 18 pessoas foram assassinadas e sete baleadas, na Grande São Paulo.

Balanço da Secretaria de Segurança Pública, com dados do terceiro trimestre, aponta que o número de assassinatos este ano ultrapassou o resultado dos primeiros nove meses do ano passado. Até setembro de 2012, foram registradas 3.536 mortes. No mesmo período de 2011, foram 3.225 assassinatos. Os dados também revelam aumento de 96% no número de homicídios na cidade de São Paulo em setembro deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado. Em 2011 foram registrados 69 homicídios, contra 135 em 2012.

Ainda de acordo com a Secretaria de Segurança Pública, até o dia 14 deste mês 92 policiais militares tinham sido assassinados no estado de São Paulo, contra 56 em todo ano passado – 56.


Essa onda de violência em São Paulo tem sido objeto de preocupação de diferentes esferas de governo e do Poder Judiciário. Governo do estado e Ministério da Justiça criaram, no início do mês, uma agência integrada de inteligência com o objetivo de unir os serviços de informação estadual e federal, para orientar a ação de combate ao crime por parte da polícia paulista.

Dentre as ações propostas pela parceria, está o chamado “asfixiamento financeiro” das organizações criminosas, impedindo o fluxo de capital que abastece o crime organizado. Além da criação da agência, outras cinco ações devem ser desenvolvidas: contenção nas fronteiras do país, ações de enfrentamento e combate ao crack, criação de um centro de controle de comando integrado, criação de um centro pericial e possibilidade de transferência de presos.

O primeiro preso transferido foi Francisco Antônio Cesário, conhecido como Piauí, na última quinta-feira (8). Ele foi levado para a Penitenciária Federal de Porto Velho, em Rondônia. Piauí é líder de uma facção criminosa e, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP) de São Paulo, é responsável pelas ordens que resultaram nos primeiros assassinatos de policiais militares no estado.

A transferência de presos para penitenciárias federais também foi tratada em ofício dos promotores de Justiça de Execuções Criminais de São Paulo ao procurador-geral de Justiça do Ministério Público do estado, Márcio Elias Rosa, encaminhado no dia 6. No documento, eles avaliam que o sistema prisional do estado não tem condições de assegurar o isolamento de líderes criminosos.

O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo também anunciou medidas de enfrentamento ao crime. No dia 7 de novembro, foi criado o Gabinete Criminal de Crise no Tribunal de Justiça (GACC). Ele funcionará como órgão de interlocução entre a Secretaria da Administração Penitenciária, a Secretaria da Segurança Pública e a Polícia Federal, assim como outros órgãos relacionados ao combate da criminalidade no estado.

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