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Ajuste é passageiro, mas o momento "é tenso", afirma Dilma

A presidente disse que o reajuste fiscal do governo é passageiro, mas reconheceu que o momento atual é tenso


	Dilma Rousseff: "nós temos vividos nos últimos dias e no último mês um momento bastante tenso no Brasil"
 (José Cruz/ABr)

Dilma Rousseff: "nós temos vividos nos últimos dias e no último mês um momento bastante tenso no Brasil" (José Cruz/ABr)

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Da Redação

Publicado em 20 de março de 2015 às 16h24.

São Paulo - A presidente Dilma Rousseff reafirmou nesta sexta-feira, 20, que o ajuste fiscal do governo é "passageiro", mas reconheceu que o momento atual é tenso.

"Nós temos vividos nos últimos dias e no último mês um momento bastante tenso no Brasil", afirmou, em discurso na 12ª Abertura da Colheita do Arroz Ecológico, em Eldorado do Sul, região metropolitana de Porto Alegre (RS). A presidente disse com "a mais absoluta sinceridade" que o governo nos últimos 6 anos tomou todas medidas para que crise não atingisse população.

Dilma afirmou que neste período o governo aumentou os subsídios, reduziu os juros e diminuiu o custo da energia no Brasil, mas que como "qualquer família" quando se passa por uma crise é preciso ajustar.

"Não estamos pedindo para ninguém assumir toda a responsabilidade. Não temos como continuar absorvendo tudo, mas algumas coisas nós continuamos assumindo", afirmou, ressaltando que o governo manterá a desoneração da cesta básica.

Repetindo que o momento de dificuldade "é passageiro e conjuntural", a presidente afirmou que o Brasil é um país complexo e que as dificuldades só poderão ser superadas "se estivermos juntos".

"Tem gente que aposta no quanto pior melhor. E não dá para apostar contra o País", afirmou.

Citando as reservas brasileiras de US$ 370 bilhões, Dilma afirmou que esse colchão de recursos reduz os impactos negativos dos movimentos do mercado internacional. "Por isso que eu falo: somos um país equilibrado no fundamental, na base, no cerne, no coração", disse.

"O desequilíbrio é momentâneo."

Dilma disse que o governo não está fazendo ajuste por gostar de ajustar, mais porque o Brasil precisa continuar crescendo, que ajustar "é dar vida" e que o mais forte no convencimento das pessoas "é a realidade".

"É importante aprovar ajustes. Aprovando ajuste saímos disso no curto prazo", disse.

Agricultura familiar

Durante o discurso, Dilma defendeu a agricultura familiar e afirmou que a unidade de secagem e armazenagem de arroz da Cooperativa dos Trabalhadores Assentados da Região de Porto Alegre (Cootap), que foi inaugurada no evento em que estava, mostra que "é possível desenvolver agricultura familiar de alta qualidade".

A presidente afirmou que o País tem uma política clara de fomento à agricultura familiar e se comprometeu a colocar o BNDES e o Banco do Brasil em projetos de financiamento à agroecologia.

"Nós temos clareza da importância do crédito e da importância de os bancos públicos financiaram a agroindustrialização", disse.

Dilma reconheceu que o governo precisa aperfeiçoar os mecanismos de comercialização. João Stédile, um dos líderes do MST, disse que era a favor que a Conab se transformasse em uma empresa pública de alimentos e parasse "de ser apenas instrumento do agronegócio".

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