Tragédia: após dar prioridade de pouso ao Airbus, o piloto da LaMia decretou situação de emergência, por falhas elétricas (Polícia de Antioquia/Twitter/Reprodução)
Estadão Conteúdo
Publicado em 30 de novembro de 2016 às 12h09.
Medellín - Um tripulante de uma companhia aérea contou nesta quarta-feira que ouviu a comunicação entre o avião que levava a delegação da Chapecoense e a torre de controle do aeroporto de Medellín e que o piloto do Avro RJ85 da LaMia pediu ajuda desesperadamente, segundo a Rádio Caracol, da Colômbia. "Ajude-nos, ajude-nos" teriam sido suas palavras.
O piloto teria solicitado prioridade de pouso por conta de problemas de combustível. "Solicitamos prioridade para proceder, solicitamos prioridade para proceder ao localizador, temos problemas de combustível", teria dito o piloto Miguel Quiroga.
As informações são de que dois aviões solicitaram emergência quase ao mesmo tempo à torre de comando do aeroporto de Medellín, e a prioridade para aterrissar foi dada a um Airbus A320, com capacidade maior de passageiros.
Uma hipótese é de que o Avro RJ85 teve de dar duas voltas na cidade para esperar o pouso do outro avião e, por isso, o combustível acabou.
O A320 também estava com pouco combustível e em situação de emergência. Tratava-se de um avião da Aerolinea VivaColombia, que vinha com turistas da ilha de San Andres, no Caribe. Radares mostraram dois aviões voando próximos no local da queda da aeronave onde estava a equipe da Chapecoense.
Após dar prioridade de pouso ao Airbus, o piloto da LaMia decretou situação de emergência. "Agora temos uma falha elétrica, temos uma total falha elétrica".
Ximena Suárez, aeromoça da companhia aérea e uma das sobreviventes da tragédia, afirmou que sua única lembrança foi o apagar das luzes dentro da aeronave.
"As luzes se apagaram e não lembro mais de nada", disse para a secretária de governo do departamento de Antioquia, Victoria Eugenia Ramírez, ao ser resgatada.
Além de Ximena e do comissário Erwin Tumiri, também sobreviveram ao acidente os jogadores Alan Ruschel, Jackson Follmann, e Hélio Neto, e o jornalista Rafael Henzel, que foram internados em diferentes hospitais próximos de Medellín.
O avião bateu em um morro e deixou 71 mortos, sendo 19 jogadores do time da Chapecoense. A delegação da equipe de Chapecó estava a bordo para a disputa do primeiro jogo da final da Copa Sul-Americana contra o Atlético Nacional.