Rio: escolas municipais, estaduais e particulares distribuirão água aos alunos (Fernando Frazão/Agência Brasil)
Agência O Globo
Publicado em 4 de fevereiro de 2020 às 09h15.
Rio — O ano letivo nas escolas do Rio começa esta semana sem que a água fornecida pela Cedae tenha se livrado completamente da geosmina, a substância produzida por algas que provoca cheiro e gosto fortes no líquido. Por causa disso, algumas instituições de ensino preferem ser cautelosas e buscaram algumas medidas de segurança.
Pela rede municipal, a Prefeitura demonstrou preocupação com o assunto e disse que toma cuidados preventivos em parceria com a Vigilância Sanitária. A Secretaria municipal de Educação informou que as "cisternas das unidades estão passando por novas limpezas, como reforço". A pasta ressaltou ainda que os alunos "consomem água filtrada sempre" e que "as escolas estão abastecidas com água mineral para o caso de necessidade". A secretaria não esclareceu, porém, quais seriam os casos de necessidade.
Na rede estadual, as aulas só voltam na próxima segunda, e a Secretaria de Educação disse que "a Cedae enviou laudo técnico de potabilidade atestando que a água do sistema Guandu está própria para o consumo e que a distribuição está normalizada". Desta forma, a pasta "determinou a todas as unidades que realizem limpeza de seus sistemas internos - caixas d'água, cisternas e filtros - antes do início do ano letivo".
Na rede particular, diversas instituições planejaram ações de precaução. A direção da Edem, em Laranjeiras, enviou um comunicado aos responsáveis chamando atenção para o problema. No texto, informaram que, como não há "uma posição definida das autoridades nem um laudo técnico confiável quanto à liberação da água para consumo", resolveu ferver a água que será oferecida às crianças da Educação Infantil.
No entanto, para os alunos dos ensinos Fundamental e Médio, a escola pediu que os responsáveis enviem pelos alunos uma garrafa térmica que corresponda ao seu consumo líquido durante o período escolar. Isso porque a unidade reconheceu que não há condições de infraestrutura e de distribuição para fazer a fervura da água e servir para este grupo de estudantes. A Edem também ressaltou ter realizado a limpeza das caixas e cisternas e ainda solicitou um exame da água após a limpeza. O resultado da avaliação, porém, ainda não ficou pronto.
O Colégio São Vicente de Paulo, no Cosme Velho, também esclareceu através de um comunicado aos responsáveis, que limpou todos os reservatórios, trocou os filtros e reforçou o estoque de água mineral na cantina. Porém, reconhecendo as limitações, recomendou que cada aluno leve garrafinhas com água, "até que a situação seja normalizada".
No Flamengo, o Instituto Nossa Senhora da Piedade também vai fornecer água mineral aos cerca de 600 alunos. Na unidade de Jacarepaguá, que tem cerca de dois mil estudantes, a escola pediu o apoio do pais.
Em Ipanema, o Colégio Notre Dame informou que realizou completa limpeza de todas as cisternas e caixas. A partir desta terça-feira, quando parte dos alunos retornam às aulas, é possível que peçam a parceria dos pais.