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Agentes impedem entrada de detentos no CDP de Pinheiros

Agentes bateram palmas e gritaram "Pinheiros, Pinheiros" depois que delegado do 91º DP Daniel Coen saiu com a notícia de que levaria os presos para outro local


	Prisão: os agentes não confirmaram se neste sábado haverá visita na unidade
 (Ali al-Saadi/AFP)

Prisão: os agentes não confirmaram se neste sábado haverá visita na unidade (Ali al-Saadi/AFP)

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Da Redação

Publicado em 21 de março de 2014 às 18h03.

São Paulo - Agentes penitenciários conseguiram impedir a entrada de 44 detentos no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pinheiros, na zona oeste de São Paulo nesta sexta-feira, 21.

Os agentes bateram palmas e gritaram "Pinheiros, Pinheiros" depois que o delegado do 91º DP Daniel Coen saiu com a notícia de que levaria os presos para outro local depois de se reunir com os diretores da unidade.

Desde a manhã desta sexta, cerca de 50 homens da Tropa de Choque estão no local. Por volta das 13 horas, eles arrombaram o portão da unidade para garantir a entrada e a saída de comboios e outras viaturas que faziam o transporte de presos. A tropa usou os escudos e spray de pimenta para afastar os agentes que estavam em frente ao portão.

Os agentes não confirmaram se neste sábado haverá visita na unidade. "A maioria dos agentes está mais inclinada a não permitir a visita aqui, mas vamos ver o clima amanhã", disse um grevista.

No entanto, o presidente do Sindasp, Daniel Grandolfo, disse que as visitas dos centros prisionais estão mantidas nesse fim de semana em todo o Estado. "Vai ter visita normal tanto no sábado quanto no domingo. Uma ou outra unidade pode ser que decida por bloquear a visita, mas essa não é a orientação." Grandolfo afirmou que a greve está mantida.

Belém

Na porta do CDP de Belém, na zona leste da cidade, o clima é de tensão entre os agentes penitenciários em greve com a possibilidade de chegada de comboios de presos escoltados pela Tropa de Choque. "Ninguém confirmou se viriam hoje, mas acho que se vier é de surpresa", disse um agente que preferiu não se identificar. Blocos de cimento e cones já dificultam a chegada de carros até o portão.

No início da tarde, os grevistas impediram a entrada de um advogado que ligou para a Policia Militar. "Já é a segunda vez que isso acontece essa semana. Está em horário comercial, quero falar com o diretor da unidade, mas não consigo entrar," disse o advogado Otacílio Guimarães de Paula.


Duas viaturas da PM foram até o local e conversaram com os agentes, mas instruíram o advogado a ir até o 81º DP porque sem decisão judicial não poderiam fazer nada em relação à situação de greve.

Visitas

Durante toda a semana os agentes ameaçam suspender visitas de familiares dos detentos neste fim de semana. Entretanto, no CDP Belém, familiares já começam a chegar para a visita marcada para este sábado. Segundo eles, a mulher de um detento organiza a partir das 17 horas as senhas para que possam dormir em casa e voltar no outro dia.

"Disseram para a gente que teria visita mesmo com a greve, por isso estou aqui", disse a desempregada de 18 anos que espera para visitar o marido preso há 6 meses na unidade.

De acordo com os grevistas do CDP Belém, neste sábado a visita deve acontecer normalmente na unidade. "Nossa briga não é contra o preso ou a família dele. Pela segunda vez, vamos permitir a visita, mas se nossas reivindicações não forem atendidas, na semana que vem não terá", disse um grevista que preferiu não se identificar.

A filha de um detento teme que não haja a possibilidade de entrar neste sábado. "Ninguém nos deu certeza ainda. Hoje foi aniversário do meu pai, queria muito trazer alguma coisa especial no sábado", disse a operadora de telemarketing, de 24 anos.

No final da manhã, o deputado Major Olímpio esteve na unidade para conversar com os grevistas. Ele disse ser a favor dos agentes penitenciários, mas contra o impedimento das visitas.

"Apoio integralmente a greve porque ela é o limite do desespero dos agentes, mas acredito que não deva haver obstáculos a visita porque isso pode desencadear rebeliões em série e desequilibrar ainda mais o sistema prisional", disse o deputado.

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