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Aécio em SP e MG foi melhor do que Serra e Alckmin

A política de "Café com Leite" de Aécio garantiu 3,8 milhões de votos a mais em São Paulo e Minas Gerais em relação à adversária, a petista Dilma Rousseff


	Dilma e Aécio: vantagem não compensou diferença de 11,5 milhões que Dilma teve no Nordeste
 (REUTERS/Paulo Whitaker)

Dilma e Aécio: vantagem não compensou diferença de 11,5 milhões que Dilma teve no Nordeste (REUTERS/Paulo Whitaker)

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Da Redação

Publicado em 6 de outubro de 2014 às 17h06.

Brasília - O candidato do PSDB ao Palácio do Planalto, Aécio Neves, conseguiu um desempenho eleitoral no primeiro turno superior ao dos antecessores tucanos em disputas presidenciais - José Serra em 2010 e Geraldo Alckmin em 2006 - em São Paulo e Minas Gerais, os dois maiores colégios eleitorais do país.

A política de "Café com Leite" de Aécio garantiu 3,8 milhões de votos a mais nos dois estados em relação à adversária, a petista Dilma Rousseff.

Essa vantagem, entretanto, não compensou a diferença de 11,5 milhões que a presidente teve sobre Aécio no Nordeste.

A decisão da cúpula tucana de montar uma chapa puro sangue com um mineiro e um paulista - o vice Aloysio Nunes Ferreira - foi batizada de "Café com Leite" numa referência à política oligárquica da República Velha (1889-1930), quando os dois estados dividiam, em comum acordo, a gestão do país.

Em novembro do ano passado, conforme revelou o jornal O Estado de S. Paulo à época, Aécio Neves já havia defendido, em almoço com senadores, que o ideal era ter Aloysio Nunes como vice e José Serra como candidato ao Senado como forma de fortalecer o partido nos dois estados.

Aécio dizia que poderia conseguir 3 milhões de votos em Minas e, com Aloysio, Serra e Geraldo Alckmin candidato à reeleição, outros 2 milhões em São Paulo.

Em julho, o coordenador-geral da campanha de Aécio, senador Agripino Maia (DEM-RN), disse ao Broadcast Político, serviço da Agência Estado de notícias em tempo real, esperar uma maioria de votos a favor de Aécio "muito grande" em Minas e "grande" em São Paulo.

Para ele, o tamanho da vantagem nos dois colégios eleitorais iria depender de como Dilma estaria na proximidade da eleição.

"O tamanho da vitória vai ser muito produto do desgaste do atual governo", destacou naquela época.

O resultado do primeiro turno, contudo, foi aquém das pretensões iniciais da campanha de Aécio.

Dilma conquistou 43,2 milhões de votos em todo o país contra 34,8 milhões de Aécio, uma vantagem de 8,3 milhões de votos. 

É praticamente a mesma diferença de votos que a petista obteve em relação a Aécio no Nordeste contra a vitória do tucano sobre a presidente em São Paulo e Minas, que foi de cerca de 7,7 milhões.

Em 2010, o então candidato do PSDB, José Serra, teve nos dois maiores colégios eleitorais uma vantagem de 966 mil votos no primeiro turno sobre Dilma e, na segunda etapa, apenas 48 mil votos.

Quatro anos antes, o tucano Geraldo Alckmin ficou no primeiro turno 2,7 milhões de votos na frente do então candidato à reeleição, Luiz Inácio Lula da Silva. No segundo turno na ocasião, o petista virou e teve 2,1 milhões de votos a mais que Alckmin.

Palanques

Desde a pré-campanha eleitoral, Aécio Neves procurou montar palanques competitivos no Nordeste a fim de tentar diminuir a vantagem histórica que o PT tem conquistado na região desde a primeira eleição de Lula, em 2002.

Ao menos no primeiro turno, entretanto, o tucano não teve sucesso na empreitada.

O candidato do PSDB teve abaixo de 25% dos votos válidos nos nove estados da região no primeiro turno e, em cinco deles, ficou em terceiro lugar: Alagoas, Bahia, Maranhão, Piauí e Pernambuco.

Nesse último, ele teve a pior votação em termos proporcionais do país, apenas 5,92% dos votos válidos.

Dilma garantiu na região 15,4 milhões de votos, seguida pela candidata do PSB, Marina Silva, com quase 6 milhões, e Aécio, com aproximadamente 3,9 milhões.

O melhor resultado do tucano no Nordeste ocorreu na Paraíba, onde ele ficou em segundo lugar e conquistou 23,38% dos votos válidos, embalado pelo senador e candidato ao governador do estado, o correligionário Cássio Cunha Lima, que disputará o segundo turno contra o candidato à reeleição Ricardo Coutinho (PSB).

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