Plenário do Fórum da Barra Funda: Celso Vendramini voltará a defender os policiais militares acusados do massacre (Marcelo Camargo/ABr)
Da Redação
Publicado em 17 de março de 2014 às 15h30.
São Paulo - O advogado dos policiais envolvidos no massacre do Carandiru, Celso Vendramini, disse que não pretende deixar o plenário na quarta etapa do julgamento, iniciada nesta segunda-feira, 17, no Fórum Criminal da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo.
O defensor, que se ausentou na terceira fase do júri, representa desta vez doze policiais da do Grupo de Operações Táticas especiais (Gate), julgados pela morte de dez detentos e pela tentativa de homicídio de outros três no quarto andar do Pavilhão 9 da extinta Casa de Detenção.
Presidida pelo juiz Rodrigo Tellini de Aguirre Camargo, a quarto júri do caso começou às 10h30 e a expectativa é de dure até a madrugada de sábado, 21.
Segundo o Ministério Público, três sobreviventes do massacre serão as testemunhas de acusação. O corpo de jurados foi decidido às 12h10: serão três mulheres e quatro homens. Antes do sorteio, três jurados foram dispensados pela promotoria, um pela defesa e um por motivos médicos. A audiência foi interrompida para almoço por uma hora e será retomada às 13h30.
Celso Vendramini voltará a defender os policiais militares acusados do massacre, mesmo depois de receber multa no valor de 70 salários mínimos (cerca de R$ 50 mil) por ter abandonado o plenário na fase anterior. "Hoje estou aqui com muita calma e tranquilidade. Pretendo chegar até o fim do julgamento. Mesmo sem localizar algumas testemunhas pretendo colocar um ponto final nessa via crucis", disse.
Vendramini disse que a multa por ele ter abandonado ainda não foi paga e afirmou que a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) irá recorrer da punição. " A OAB entrou com um mandado de segurança. Vamos ver o que o desembargador vai decidir, mas a multa é inviável."
O júri anterior foi dissolvido no dia 18 de fevereiro. Na ocasião, Vendramini abandonou a sessão alegando que o juiz estava favorecendo o Ministério Público (MP) durante o interrogatório de um réu por parte dos promotores. O julgamento da terceira etapa, na qual 15 PMs são acusados de 8 homicídios no 4° pavimento (terceiro andar), foi remarcado para o dia 31 de março.