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Advogado de Duque critica prisão preventiva

A defesa também criticou a apreensão de objetos de arte na casa do ex-diretor


	Sede da Polícia Federal em Curitiba: Duque será transferido para a Polícia Federal de Curitiba
 (André Richter/ABr)

Sede da Polícia Federal em Curitiba: Duque será transferido para a Polícia Federal de Curitiba (André Richter/ABr)

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Da Redação

Publicado em 16 de março de 2015 às 13h50.

Rio - O ex-diretor de serviços da Petrobras, Renato Duque, um dos presos preventivamente na 10ª fase da Operação Lava Jato - deflagrada nesta segunda-feira, 16 -, chegou por volta de 12h30 à sede da Polícia Federal, na zona portuária do Rio de Janeiro.

De acordo com o advogado de Renato Duque, Alexandre Lopes, o ex-diretor deixou sua casa, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, por volta de 12h.

A defesa criticou a prisão preventiva de Duque. "A prisão é indevida mais uma vez, o juiz antecipa uma pena que ele pode aplicar ao final do processo", declarou Lopes.

Ele disse ainda que as 131 obras de arte apreendidas na casa do ex-diretor pela PF "não tinham relação com a Petrobras" e são "obras, pinturas, fotografias e esculturas".

"São muitos quadros muito antigos que ele tem, eles não têm nenhuma relação com a Petrobras", disse.

Ainda segundo o advogado, que não estava na residência de Duque no momento da prisão, o mandado de busca e apreensão contra o ex-diretor foi expedido nesta segunda-feira.

Já o mandado de prisão foi expedido no último sábado, 12. Duque será transferido para a Polícia Federal de Curitiba ainda na tarde nesta segunda-feira, em um voo de carreira.

A prisão de Duque, decisão do Juiz Sérgio Moro, foi decretada com base em investigação do Ministério Público Federal que aponta que o ex-diretor da estatal tinha contas secretas na Suíça, no valor de 20 milhões de euros, transferidos posteriormente para o Principado de Mônaco.

O dinheiro está bloqueado pelas autoridades europeias por não ter sido declarado à Receita Federal.

Em novembro do ano passado, Duque chegou a ficar preso por 20 dias, após ter sido detido na 7ª fase da Lava Jato. Segundo delatores da Lava Jato, ele teria participado do esquema de corrupção instalado na estatal.

Outro preso

Preso temporariamente nesta segunda-feira, também na 10ª fase da operação, Lucélio Góes, filho do empresário Mário Góes, detido na 9ª fase da Lava Jato, também será transferido para Curitiba ainda hoje.

De acordo com seu advogado de defesa, James Walker, o único motivo pelo qual seu cliente foi preso é ser filho de Góes.

"Nesse momento ele não tem absolutamente nada a dizer. Ele foi pego de surpresa. Ele está sendo preso única e exclusivamente pelo fato de ser filho do Mário Góes".

Segundo Walker, a prisão tem caráter temporário de cinco dias, e pode ser renovada por mais cinco. Um advogado vai acompanhar Góes até Curitiba, para onde será transferido ainda nesta segunda-feira. Não sabe se ele fará exame de corpo de delito no Rio de Janeiro ou já em Curitiba.

Ainda segundo Walker, a defesa vai entrar com Habeas Corpus em favor de Góes. O advogado afirmou também que seu cliente não conhece os demais presos na 10ª fase da Lava Jato.

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