Uso de máscara é obrigatório no estado de São Paulo. (Eduardo Frazão/Exame)
Gilson Garrett Jr
Publicado em 5 de novembro de 2020 às 13h56.
Última atualização em 5 de novembro de 2020 às 14h11.
A preocupação com uma segunda onda de casos e de mortes por covid-19 preocupa autoridades de São Paulo. Nesta quinta-feira, 5, o secretário da Saúde do estado, Jean Gorinchteyn disse que a pandemia está controlada, mas alertou para o aumento de infecções pelo coronavírus em encontros sociais, como reuniões familiares.
“A quarentena continua, precisamos estar atentos aos rituais da pandemia. Cumprimentos, como abraços e apertos de mão, continuam proibidos. E não é o que temos visto. As pessoas estão se aproximando e com elas o próprio vírus. O normal só vai acontecer após a vacina”, alertou o secretário em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes.
De acordo com dados da Secretaria da Saúde, o estado de São Paulo tem um total de 1.125.936 casos confirmados e 39.717 mortes pela covid-19. A média de óbitos dos últimos sete dias é de 85 e vem caindo desde setembro. A taxa de leitos de UTI está em 39,4% no estado e em 42,3% na grande São Paulo.
Gorinchteyn disse que os dados da evolução da infecção são acompanhados de perto pela equipe de saúde e que se houver necessidade, medidas mais restritivas podem ser adotadas. Alertou ainda que mesmo em reuniões familiares, o uso de máscara e de álcool em gel é obrigatório.
A grande preocupação é uma segunda onda, assim como está ocorrendo na Europa, que decretou a volta do lockdown amplo na França, Alemanha, Itália e Reino Unido.
“As pessoas se sentem mais à vontade, perderam o medo, fazendo com que deixem de usar máscara, cumprimentem com abraços e desta maneira é um cenário de risco. Não podemos esquecer que estamos no meio da pandemia, ainda em quarentena. Todos os ritos precisam ser seguidos”, disse o secretário.
O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, atualizou a progressão da fase de testes para comprovar a eficácia da vacina contra a covid-19, desenvolvida e parceria com o laboratório chinês Sinovac.
Segundo ele, não há necessidade de ampliar o número de voluntários, que atualmente está em 13.000, e que a eficiência do imunizante está muito perto de ser confirmada.
“Os dados de eficácia podem aparecer a qualquer momento. Parte de controle de qualidade da fábrica já está pronta e o Butantan tem capacidade de produzir 1 milhão de vacinas por dia. Estamos aguardando a exportação da matéria-prima por parte do governo da China para começar a produção”, disse.