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A quatro dias das eleições, a Onda Bolsonaro estancou?

Segundo o Ibope, alta nas intenções de voto do pesselista estancou. Sua rejeição cresceu, e a de Haddad caiu. Mas a ponto de mudar algo na campanha?

(Ricardo Moraes/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 24 de outubro de 2018 às 06h54.

Última atualização em 24 de outubro de 2018 às 10h51.

A pesquisa divulgada pelo Ibope na noite dessa terça-feira, 23, deu um pequeno sopro de esperança para a campanha do petista Fernando Hadadd . O número principal, o de intenções totais de votos, mostra que ele e seu adversário, Jair Bolsonaro (PSL) , oscilaram dentro da margem de erro. Bolsonaro passou de 59% para 57% das intenções de voto, enquanto Haddad passou 41% para 43%.

Essa é a primeira vez que o candidato pesselista vê suas intenções de voto oscilarem para baixo em um levantamento feito pelo Ibope – ainda que a variação tenha sido dentro da margem de erro. Embora a vantagem do capitão reformado do Exército em relação ao adversário petista tenha caído gradativamente nas últimas pesquisas divulgadas antes do primeiro turno – indo de 10, para 9, para 4 – sua popularidade explodiu após o pleito; e a diferença entre ele a Haddad foi para 18 pontos no último dia 15 de outubro. Agora, na última pesquisa divulgada pelo Instituto, passou para 14.

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Uma análise mais detalhada dos números mostra que há algo de mais significativo a ser comemorado nas frentes petistas. O levantamento dá indícios da estratégia que o partido deve adotar nos próximos dias para tentar uma improvável virada ou, ao menos, reduzir a enorme vantagem adversária.

As melhores notícias, para o PT, vieram na queda da rejeição petista e, sobretudo, no aumento da rejeição do adversário, que nos últimos dias passou a ser alvo de reiteradas críticas da campanha de Haddad. Sua rejeição aumentou de 35% para 40%, e está tecnicamente empatada com a do petista, que recuou de 47% para 41%.

Espaço para aumento da rejeição existe por obra do próprio Bolsonaro. Em vídeo divulgado ontem, o capitão reformado do exército afirmou, ao comentar a péssima situação dos presídios, que “direitos humanos é para gente como a gente, não para esse tipo de gente”. Em entrevista a uma afiliada do SBT no Piauí, disse que irá acabar com o “coitadismo” de nordestinos, gays, negros e mulheres. Disse ainda que as políticas afirmativas reforçam o preconceito.

É justamente nos recortes dos dados coletados que a intenção de votos no candidato do PSL variou além da margem de erro, segundo o Ibope. Entre os eleitores com escolaridade até a 4ª série, sua intenção de voto passou de 52% para 47%. Nas regiões Norte e Centro-Oeste, caiu de 59% para 55%. No Sudeste, caiu de 58% para 54%. Entre os evangélicos, Bolsonaro passou de 66% para 59%.

O problema, para Haddad, é que, em quase todos os recortes, as quedas de Bolsonaro não foram acompanhados por avanços na intenção de votos no PT. No Nordeste, principal reduto do partido, a intenção de voto em Haddad caiu de 57% para 53%.

Ontem, Haddad encontrou líderes religiosos e fez ato com artistas, no Rio. A partir de hoje, tem quatro dias para tentar o improvável.

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