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A pressão aumenta

Manifestantes voltaram às ruas em dezenas de cidades brasileiras para protestar contra a corrupção e defender a continuidade da operação Lava-Jato. Na Avenida Paulista, epicentro dos protestos, se reuniram 15.000 pessoas segundos os dois grupos organizadores, o Movimento Brasil Livre e o Vem Pra Rua. Os principais alvos foram os presidentes do Senado, Renan Calheiros […]

Manifestação na Avenida Paulista convocada pelo Vem pra Rua em apoio ao fim da corrupção e da continuidade da Operação Lava-Jato  (Ricardo Matsukawa/ Veja.com/VEJA)

Manifestação na Avenida Paulista convocada pelo Vem pra Rua em apoio ao fim da corrupção e da continuidade da Operação Lava-Jato (Ricardo Matsukawa/ Veja.com/VEJA)

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Da Redação

Publicado em 5 de dezembro de 2016 às 03h39.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 18h59.

Manifestantes voltaram às ruas em dezenas de cidades brasileiras para protestar contra a corrupção e defender a continuidade da operação Lava-Jato. Na Avenida Paulista, epicentro dos protestos, se reuniram 15.000 pessoas segundos os dois grupos organizadores, o Movimento Brasil Livre e o Vem Pra Rua. Os principais alvos foram os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). No meio da semana, Maia presidiu a sessão da Câmara que desfigurou o pacote anticorrupção, e Calheiros tentou aprovar o mesmo texto em votação expressa no Senado. O juiz Sergio Moro foi mais uma vez celebrado em faixas, cartazes e bonecos gigantes.

Como haviam afirmado os organizadores a EXAME Hoje, o presidente Michel Temer não foi alvo dos protestos. Não se ouviu a palavra impeachment nas principais cidades brasileiras. O MBL e o Vem Pra Rua foram os principais incentivadores das manifestações que cobraram o impeachment da presidente Dilma Rousseff no começo do ano. “Não há motivos para o impeachment de Temer ainda”, disse Rogério Chequer, um dos líderes do Vem Pra Rua. Grupos de esquerda, que vêm cobrando a saída de Temer, não foram às ruas ontem.

Maia e Calheiros, em nota, afirmaram o que se esperava: que as manifestações são legítimas e que suas casas continuam sensíveis a demandas sociais. Como se viu ontem, não é o que as pessoas estão achando. E a grande questão é como os protestos vão ecoar no Congresso – e no governo – ao longo da semana. Há pautas e eventos importantíssimos na mesa. Já nesta segunda-feira o presidente Michel Temer se reúne com as centrais sindicais e líderes do Congresso para discutir a Reforma da Previdência – a intenção do governo é apresentá-la já na terça-feira. Na terça-feira, Calheiros dever levar o projeto de lei contra o abuso de autoridade à votação no plenário do Senado.

Em paralelo, entidades do Ministério Público e do Judiciário enviaram à Procuradoria-Geral da República no fim de semana um apelo para que Calheiros, seja afastado do cargo. O pedido será formalizado hoje. Amanhã, partidos e organizações de esquerda devem apresentar um novo pedido de impeachment contra o presidente Michel Temer. Ele pode não ter sido alvo ontem, mas a pressão contra o governo tende a aumentar ainda mais – nas ruas e em Brasília.

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