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A prefeitos, Temer defende reforma para evitar "desastre"

O presidente afirmou que, se a reforma não for feita agora, daqui a dois ou três anos ela terá de ser realizada de "maneira muito mais radicalizada"

Michel Temer: estratégia foi a mesma que ele adotou, na véspera, com empresários que participaram de evento no Palácio do Planalto (Ueslei Marcelino/Reuters)

Michel Temer: estratégia foi a mesma que ele adotou, na véspera, com empresários que participaram de evento no Palácio do Planalto (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Reuters

Publicado em 13 de dezembro de 2017 às 12h58.

Brasília - O presidente Michel Temer fez nesta quarta-feira, em evento com a presença de prefeitos e representantes de municípios no Palácio do Planalto, a defesa da aprovação imediata da reforma da Previdência para evitar que o país atravesse um "desastre".

No discurso, Temer também fez a avaliação que, daqui a 10 anos, quem estiver presidindo o país terá que antecipar a regra de transição para a idade mínima de aposentadoria, prevista na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma e que determina um período de 20 anos para que a idade mínima para se aposentar chegue a 65 anos.

"Nós estamos fazendo uma reforma agora que evita um desastre ali na frente. Qual o desastre? Desastre já revelado modernamente, na Grécia em Portugal", disse Temer.

"Lá houve cortes de aposentadorias e pensões de 20, 30 por cento, houve cortes de vencimentos de 20, 30 por cento, porque não se tomou a cautela --que agora nós estamos tomando-- de fazer uma reforma mediana, uma reforma razoável para que isso não venha a acontecer em brevíssimo tempo", disse.

O presidente afirmou que, se a reforma não for feita agora, daqui a dois ou três anos, ela terá de ser realizada de "maneira muito mais radicalizada".

Temer disse que os homens vão se aposentar com 55 anos e as mulheres, com 53, e destacou que, pela proposta de reforma, durante uma "longa transição", de 20 anos, é que vai ser fixado a idade mínima de aposentadoria de 65 anos para os homens, por exemplo.

"Eu aqui comigo até penso o seguinte, meus amigos: daqui a uns dez anos, quem estiver presidindo o país vai dizer 'olha, não vai dar para esperar os 20 anos, nós vamos ter que antecipar isso tudo'", avaliou o presidente, ao prever que a regra de transição deverá ser alterada no futuro.

No ato que contou com a presença de representantes de municípios, o presidente pediu apoio aos prefeitos para que, a partir de agora, entrem em contato com deputados e senadores para defender a aprovação da reforma com o argumento de que a sociedade precisa dela e que ninguém será prejudicado.

A estratégia foi a mesma que ele adotou, na véspera, com empresários que participaram de evento no Palácio do Planalto.

Temer disse que acredita na possibilidade de votar a reforma "agora", antes do recesso parlamentar, e que isso depende do número de votos que o governo vai ter. Para ele, a economia poderá reagir negativamente se a proposta não passar, o que não é bom para o país. Se passar, frisou, o país dará um "salto" e todos vão aplaudir.

O presidente repetiu que o novo texto "não prejudica ninguém", uma vez que trabalhadores rurais e atingidos pelo BPC (benefício de prestação continuada) ficaram de fora. Ele citou que a principal mudança vai ocorrer com servidores públicos, que terão de fazer um plano de previdência complementar caso ganhem acima de cerca de 5.600 reais.

Para a PEC da reforma ser aprovada na Câmara são necessários os votos de 308 dos 513 deputados em dois turnos de votações no plenário da Casa. Posteriormente, a proposta terá ainda de ser analisada pelo Senado.

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