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A placa de Marielle e o ataque a Costa e Silva: uma eleição nos extremos

Na noite de ontem dois candidatos a deputado pelo PSL rasgaram uma placa com o nome da vereadora assassinada

PLACA RASGADA DE MARIELLE: Até as 7h desta quinta-feira, Bolsonaro e sua equipe não criticaram publicamente os dois candidatos a deputado (Facebook/Reprodução)
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Da Redação

Publicado em 4 de outubro de 2018 às 06h43.

Última atualização em 4 de outubro de 2018 às 08h24.

No último dia de campanha eleitoral no rádio e na televisão, eis uma postura que ninguém mais espera dos dois líderes nas pesquisas: apelo ao bom senso. Numa campanha marcada pela clivagem, Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) chegam à reta final como artífices da divisão política do país.

A eleição deste ano, vale lembrar, teve decisões judiciais de última hora, atentado contra Bolsonaro, agressão a eleitores e, ontem, um episódio ainda não explicado de ataque a tiros contra Major Costa e Silva (DC), candidato ao governo de São Paulo.

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Os episódios de incitação à divisão seguem seu curso. A nova polêmica vem do lado dos apoiadores do capitão reformado do exército. Na noite de ontem dois candidatos a deputado pelo PSL — o policial militar Daniel Silveira e o advogado Rodrigo Amorim — rasgaram uma placa em homenagem à vereadora carioca Marielle Franco, assassinada há seis meses. Amorim foi candidato a vice-prefeito de Flávio Bolsonaro no Rio em 2016.

Até as 7h desta quinta-feira, Bolsonaro e sua equipe não criticaram publicamente os dois candidatos a deputado. O líder nas pesquisas eleitorais também jamais se solidarizou com a morte de Marielle Franco — o discurso, dele e de seus apoiadores, é que o Brasil tem mais de 60.000 homicídios por ano, e que nenhum deles merece tratamento especial. Quando Bolsonaro foi alvo do ataque em Juiz de Fora, seus adversários prontamente criticaram o episódio e torceram por sua recuperação.

Bolsonaro não pode ser acusado de estar alheio aos movimentos de campanha, já que prontamente desautorizou seu vice, Hamilton Mourão, e seu economista, Paulo Guedes, quando estes criticaram o 13o salário e sugeriram a criação de um novo imposto.

Seu adversário, Fernando Haddad, e seu partido, o PT, também atravessaram todo o primeiro turno sem um esperado exame de consciência. Haddad foi cobrado em debate pelo apoio de seu programa de governo a uma nova Constituição — e não soube o que responder.

Seu partido segue apoiando o regime de Nicolás Maduro, na Venezuela, que atenta contra as bandeiras sociais que historicamente defendeu. O PT também chega ao fim do primeiro turno sem reconhecer ter errado nos episódios de corrupção que levaram à prisão Luiz Inácio Lula da Silva.

Neste cenário, coube aos candidatos de centro defender uma espécie de união nacional. Mas os 66% de votos úteis somados em Bolsonaro e Haddad, conforme o Ibope de ontem, mostram que os eleitores compraram a ideia de que a solução está nos extremos. Faltam 72 horas para o fim do primeiro turno.

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